Mais uma vez a Língua
Portuguesa nos brinda com sua nababesca prosódia. E mais uma vez eu digo que a
língua falada é a evolução da língua escrita. Veja aí, o Word não sabe o que é
gurufim e sublinha de vermelho. Taí uma coisa que não concordo: porque tudo que
tá errado tem que ser corrigido e grifado com vermelho? No Word, nas provas que
as professoras corrigem nas escolas e em vários outros lugares é assim. Vermelho
é uma cor bonita, concordo. Só que coisas erradas, a meu ver, deveriam ser grifadas
com as cores branca, preta e azul, que quando listradas, são a combinação que tem mais a ver com DOR, com sofrimento, tristeza. Deixemos pra lá preferências de
cores. Eu falava da riqueza do léxico que emerge das gírias do vasto e
infindável Português. Os morros, favelas e subúrbios estão cheios dessas
pérolas. Pérolas que eram cantadas nos sambas e que hoje, além do samba, também
são cantadas nos raps, funcks e afins. Gurufim é velório. Velório, que segundo
Wilson das Neves, sempre acaba em samba. Bom, estou tentando falar sobre uma
coisa que precisa ser iniciado pra entender. Acho melhor deixar vocês com a
música do dia, do que tentar falar a língua da malandragem. Senão daqui a pouco
neguinho vai passar por mim e dizer: “Ó essa grinfa (mulher, que o Word também
não sabe), maior Zé Mané!(otária)”.
Música
do Dia: Linguagem do Morro (João Nogueira) (De: Padeirinho / Ferreira dos Santos)
Bicho
do Dia: Cavalo (2343)
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