Não sei como os psicólogos e
psiquiatras chamam popularmente a doença dos que falam demais, sei que o nome
científico é Tagarelium Agudis. De
antemão quero avisar que hoje estou me sentindo assim meio Discovery History. Lembro-me
do burburinho dos tempos em que eu transitava nas zonas de comércio da antiga Roma.
Aquela multidão falando ao mesmo tempo vários dialetos do latim e de outras línguas.
Literalmente, quem tinha boca ia a Roma e todos os caminhos levavam a Roma. Os
mercados gigantescos da enorme civilização Asteca que vi-ouvi quando cheguei ao
México pela primeira vez com os espanhóis. As feiras dos subúrbios de
Bangladesh. A Babilônia toda. E vou me lembrando de todos os lugares no
decorrer dos séculos e hoje entendo que a linguagem do povo é a sobreposição de
várias vozes. A comunicação caótica de lugares sonoramente surreais. Por isso,
atualmente, não me espanta a esquizofrenia gritante dos pregões da bolsa, nem
os murmúrios amplificados das procissões. A massa sonora das vozes paira sobre
todos desde que as pessoas deixaram de ser nômades e resolveram morar todas num
mesmo local, formando o embrião do que viriam a ser os grandes centros, com
suas casas, seus lixos aglomerados, seus ratos e insetos e as consequentes
doenças. E nesse vozerio todo, agradeço a Deus por não ser Ele. São poucos os
que rezam pra mim. E ele, se não era surdo, já deve estar ou então botou uns
tampões nos ouvidos. Porque ô povo pra rezar e se lamentar! Vou te falar uma
coisa, esse povo, como bem disse o filósofo-técnico, FALA MUUUUITO!
Música
do Dia: God Hate Us All (Slayer) (Homenagem ao colaborador do dia Bruno Batista) http://www.youtube.com/watch?v=khTw53g5Xmk
Bicho do dia: Six Six Six ( Besta)
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