Novas Histórias

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Foto de Ju Vinagre

sábado, 15 de fevereiro de 2014

46º Dia: Linguagem do Povo

                  Não sei como os psicólogos e psiquiatras chamam popularmente a doença dos que falam demais, sei que o nome científico é Tagarelium Agudis. De antemão quero avisar que hoje estou me sentindo assim meio Discovery History. Lembro-me do burburinho dos tempos em que eu transitava nas zonas de comércio da antiga Roma. Aquela multidão falando ao mesmo tempo vários dialetos do latim e de outras línguas. Literalmente, quem tinha boca ia a Roma e todos os caminhos levavam a Roma. Os mercados gigantescos da enorme civilização Asteca que vi-ouvi quando cheguei ao México pela primeira vez com os espanhóis. As feiras dos subúrbios de Bangladesh. A Babilônia toda. E vou me lembrando de todos os lugares no decorrer dos séculos e hoje entendo que a linguagem do povo é a sobreposição de várias vozes. A comunicação caótica de lugares sonoramente surreais. Por isso, atualmente, não me espanta a esquizofrenia gritante dos pregões da bolsa, nem os murmúrios amplificados das procissões. A massa sonora das vozes paira sobre todos desde que as pessoas deixaram de ser nômades e resolveram morar todas num mesmo local, formando o embrião do que viriam a ser os grandes centros, com suas casas, seus lixos aglomerados, seus ratos e insetos e as consequentes doenças. E nesse vozerio todo, agradeço a Deus por não ser Ele. São poucos os que rezam pra mim. E ele, se não era surdo, já deve estar ou então botou uns tampões nos ouvidos. Porque ô povo pra rezar e se lamentar! Vou te falar uma coisa, esse povo, como bem disse o filósofo-técnico, FALA MUUUUITO!

Música do Dia: God Hate Us All (Slayer) (Homenagem ao colaborador do dia Bruno Batista)  http://www.youtube.com/watch?v=khTw53g5Xmk

Bicho do dia: Six Six Six ( Besta)

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