Novas Histórias

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Foto de Ju Vinagre

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

37º Dia: Neguinho



                  Tenho impressão que o sentido pejorativo da palavra neguinho (já aviso de antemão que não usarei aspas pra essa palavra em nenhum momento do texto) já saiu de moda. O que, a meu ver, demonstra certa evolução por parte de vocês, humanos.  Hoje neguinho virou gíria e qualquer um é neguinho. Confesso que tenho simpatia pela sonoridade malemolente que se produz quando alguém fala neguinho. Poderiam tentar falar “branquinho tá de onda”, “amarelinho tá me tirando”, “mulatinho tá na pista” ou “aborigenezinho tá de boreste”, mas não adianta. Não adianta, neguinho é muito mais suingado de se falar. Neguinho é mais vadio, mais vagabundo. Para os mal entendedores, eu tô falando vadio e vagabundo no bom sentido. Se todos conseguissem ver mais o bom sentido das coisas eu não trabalharia tanto. Convenhamos, neguinho gosta de um drama. Neguinho vive de chororô, curé-curé.  Neguinho adora falar mal do Brasil. Mas quando neguinho é esperto, não. Olha a história: Neguinho tava tirando uma sesta depois do almoço, esparramado nos gramados verdes da cidade de Londres. Do nada surge um mané, um mala de um neguinho londrino cheio de marra e metido a lord e diz pro brasileiro:
- Que a morte lhe seja breve... Willian Shakespeare.
No que o neguinho vadio brazuca, responde:
- Vai toma no cu!  Jorge Amado.
Não é a toa que tenho preferências pelo Terceiro Mundo.

Música do dia: Pareceu Você (Mani Carneiro) (Um homenagem a colaboradora do dia Aretha Nobre)

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