Novas Histórias

Novas Histórias
Foto de Ju Vinagre

segunda-feira, 30 de junho de 2014

181º Dia: Vim que Venha


                  Queria que todos vocês, humanos, pensassem e repetissem essas palavras como um mantra, direcionando-as a mim: Vim que Venha... Vim que Venha... Vim que Venha... Isso lhes daria uma coragem muito maior para me aceitarem em suas vidas, tendo em vista que muito mais do que a DOR em si, eu sou o seu MEDO de mim.

Música do Dia: Vou Morar no Ar (Casa das Máquinas).

Bicho do Dia: Corre-Corre (Aquele da Segunda –feira).

domingo, 29 de junho de 2014

180º Dia: Prédio


                  Antes de o segundo prédio desabar, o primeiro já tinha caído por terra e levado vários escombros e sentimentos com ele. O segundo resistia, mas era certa a sua queda. Várias câmeras tinham filmado e continuavam filmando em tempo real, até porque várias câmeras filmam tudo em tempo real, mas nenhuma explicava – nem aos menos conformava -, o que os olhos viam. Um segundo antes do último alicerce que sustentava o segundo prédio ceder, as câmeras ficaram repetindo infinitamente a imagem deste último segundo para que o segundo prédio jamais caísse.
Moral da história: As imagens televisivas repetitivas criam uma nova realidade, mas não descriam as outras.

Música do Dia: Vim que Venha (Karnak).

Bicho do Dia: Água (1008).
Filme da Semana: Era uma vez no Oeste (Sergio Leone. Trilha Sonora: Ennio Morricone).

sábado, 28 de junho de 2014

179º Dia: Drão


               Embora eu não concorde como essa maneira de concurso que define quem entra ou não na universidade, proponho uma brincadeira tipo vestibular. A palavra “Drão” significa:
A. (  ) Corruptela da palavra “Dragão”.
B. (  ) Planeta parecido com a Terra localizado em Andrômeda, galáxia vizinha a Via Láctea.
C. (  ) Fazedor de areia, uma das quinquilharias inúteis do poeta Manoel de Barros.
D. (  ) Nome do dialeto falado pelos meninos invisíveis da praça da Sé.
E. (  ) Aumentativo de tratamento metaforicamente igual a diminutivo carinhoso para chamar a pessoa amada.

Música do Dia: Prédio (Apanhador Só).
Bicho do Dia: 7664 (Cavalo).

sexta-feira, 27 de junho de 2014

178º Dia: Yellow Submarine


                   O Submarino Amarelo só foi encontrado muito tempo depois, quando os carros já flutuavam e já se conversava holográfica e pessoalmente com alguém sem estar de fato com este alguém. Já nem falavam mais dele e na época em que ainda falavam não acreditavam muito na existência desse meio de transporte aquático de cor tão festiva, tendo em vista que são em sua totalidade em tons de chumbo. Pois encontraram o tal submarino intacto, como se tivesse sido construído naquele exato momento em que foi achado pelas 4 crianças. Elas falaram que ele tinha cheiro de novo. Só que o mais curioso da descoberta foi o local onde foi encontrado: seu telescópio era a única parte de seu todo que estava para fora da areia do escaldante deserto do Saara, na localidade de Sandpool, e quando uma das crianças o tocou ele emergiu da areia e ficou flutuando a exatos 1,3 metros do chão. O filho caçula de um mega milionário exigiu do pai que trouxesse o Amarelo, - como passou a ser conhecido -, para ornar e brincar na piscina de sua casa. Assim que largaram o Amarelo na piscina ele se desfez e soterrou a piscina de areia. O menino exigiu do pai que refizesse o submarino, pois ele ainda nem tinha mostrado para os amiguinhos. Pirraça passageira, pois assim que bateu um vento forte, a areia sumiu e o Submarino Amarelo caiu no esquecimento assim como as inúmeras seitas que já haviam sido criadas em devoção a ele.

Música do Dia: Drão (Gilberto Gil, o aniversariante de ontem).

Bicho do dia: Porco(7272).

quinta-feira, 26 de junho de 2014

177º Dia: Coleção


                  Nas minhas andanças pelo planeta terra desde os tempos mais remotos, conheci gente que colecionava de tudo: ossos, besouros, cápsulas de munição usadas, rótulos, brasões, tampinhas de garrafa, latinhas, parafusos, figurinhas, bichinhos de pelúcia, carteiras de cigarro, dentes humanos, caveiras, enfim, coisas normais e anormais de se colecionar. Mas existiu um senhor num ermo dos Montes Urais que colecionava dores. Desde que se conheceu por gente ele decidiu colecionar meus atributos. E assim foi durante toda a sua existência anotando em infinitos cadernos todas as dores que sentia. Embora muitos não acreditem este excêntrico colecionador conseguiu, através de poções de druidas nada ortodoxos, ficar menstruado para sentir as convulsivas cólicas femininas e engravidar para que pudesse sentir as dores do parto. E assim foi ele colecionando dores. Na altura dos 179 anos o ancião já tinha uma biblioteca imensa cheia de cadernos com suas descrições das dores. Eu chamo essa coleção de primeira biografia na autorizada sobre minha pessoa, mas posso garantir que vocês conhecem quase todas as histórias, pois se não as sentiram na pele, ainda vão sentir, ou então já ouviram falar.

Música do Dia: Yellow Submarine (Beatles) (De: Lennon & McCartney).

Bicho do Dia: Macaco (7068).

quarta-feira, 25 de junho de 2014

176º Dia: A Procura da Batida Perfeita

        
                   Entre batidas de falta e pênaltis, batidas policiais, batidas de carteiras atrás de ingressos e batidas de limão, bati um papo com minha amiga correspondente, a CULPA. Interroguei-a sobre a batida perfeita. Ela, que assim como eu, em dados momentos chega de leve, mas em outros vem batendo forte, teceu algumas considerações:
”Em tempo de copa do mundo a batida perfeita é o chute bem dado.  E semana passada eu encontrei uma patada ao zapear pelos canais da TV a Cabo – TV que aliás, tem me convencido que é exponencialmente pior que a TV aberta, pois pelo menos essa última tem poder de síntese, enquanto a primeira apenas esparrama a mesma espécie de lixo só que sem limite de tempo. Num canal, que já bloqueei, estava passando um especial com Paulo Miklos, o Titã multimídia. A criatividade do rapaz realmente não possui limites. Ele que já pensou que é saxofonista, cantor, compositor, ator, agora também pensa que é sambista. Miklos está plenamente convencido de que sabe tocar cavaquinho e que também domina a técnica da flauta transversa. Sendo assim, outorgou-se o direito de reler a obra de Noel Rosa.  Mas, a patada a que me refiro não está aí, afinal de contas tornar chata a obra de Noel é algo que muitos conseguiram, agora para torná-la insuportável é preciso um tipo de talento incomum, que o idoso Titã não possui. Para esgarçar o legado noelrosiano para muito mais além das raias chatice, Paulo Miklos contou a com o auxilio luxuoso de Mallu Magalhães. A menina conseguiu. Sua voz é capaz de inflamar os ouvidos mais desatentos, fazendo verter pus e sangue dos canais auriculares de seus ouvintes. Mallu tem a um quê de uma Medusa-sereia-pós-moderna e, seu modo de cantar – que se assemelha a um gargarejo de Pinho Sol feito pelo Barney, amigo do Fred Flinstones – tem o estranho poder de, sobre as mulheres secar-lhes os ovários, enquanto que, quando chega a ouvidos masculinos, trinca-lhes imediatamente os dois testículos. Se a batida não é perfeita, o par Miklos Magalhães já concorre ao troféu Timfia, O Pé no Saco de Música Brasileira, do final do ano.”
Levantamos e deixamos o lugar sem DOR e sem CULPA.

(Os artistas citados indicaram a música do Dia como uma reposta pra nós. Salve a democracia, embora tapas de luva não nos afetem):
Música do Dia: Coleção (Cassiano).

Bicho do Dia: Tigre (1787).

terça-feira, 24 de junho de 2014

175º Dia: Sabotador de Satélite


                   O Sabotador de satélite voltou pra casa e se deparou com a família vendo televisão. Era uma espécie de reality show. Desolado falou:
- Como vocês estão vendo essa merda?
Todos responderam:
- Nossa, como você é preconceituoso!
Chegou a três conclusões de uma só vez: que tinha fracassado, que todos ali desconheciam seu trabalho e que explicar que não se referia ao programa não valia a pena.

Música do Dia: A Procura da Batida Perfeita (Marcelo D2).

Bicho do Dia: Jacaré (5157). 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

174º Dia: O Varal


                  O tremular das roupas e lençóis no varal sempre me comove. Não perguntem por quê. Talvez porque seja a hora de recreação das roupas, que depois de tomarem banho no balançar batucado das máquinas de lavar ou no colo cantante das lavadeiras de beira do rio ou no lesco-lesco do tanque, vão secar brincar no calor do sol e no frescor do vento, antes de serem passadas, dobradas e ficarem a postos para as próximas batalhas do dia a dia. Talvez esse espírito tome conta de mim assim como o tal espírito natalino toma conta de vocês, humanos. Talvez porque ao ver alegria das roupas no varal do quintal, eu pense nas tristezas das roupas dos mini apartamentos das cidades grandes em suas secadoras de ar quente artificial ou no mofo das escuridões. Talvez porque simplesmente essa segunda-feira chuvosa tenha me deixado uma manteiga derretida, como diziam as antigas vovozinhas. Talvez porque o talvez por si só seja a melhor explicação pra poesia da coisa. Entre tantos e imaginativos talvezes, com certeza algum gaiato dirá que seja talvez porque, como diz o poeta de Irará, vendo a roupa sem a dona eu pense na dona sem ela. Um talvez bem interessante também.

Música do Dia: Sabotador de Satélite (Totonho e os Cabra).

Bicho do Dia: Leão (1161).

domingo, 22 de junho de 2014

173º Dia: Fruta Estranha (Não, não me arrependo de nada).


                  No pomar mais lindo e perfeito do mundo apareceu uma fruta estranha. Estranha pela cor, estranha pelo cheiro. A maioria das frutas não viu com bons olhos a chegada da nova fruta. Não precisa ser gênio pra saber que aconteceu o que acontece em todas as histórias com tramas como essa: a fruta estranha sofreu muito na mão das outras frutas, até que foi presa injustamente e condenada à execução.  Antes de ser executada foi lhe dado o direito de confessar seus crimes para que morresse livre de seus pecados . A fruta estranha falou: “não me arrependo de nada que fiz, embora não tenha feito nada do que me acusam.”. E foi executada. No outro dia o chefe do pomar lamentou através de seu porta-voz os crimes da fruta estranha e seu não arrependimento, mas reafirmou que toda e qualquer fruta era sempre bem vinda. Por precaução o chefe também falou em surdina com a segurança para que cercasse o pomar mais lindo e perfeito do mundo.

Música do Dia: O Varal (Marinho San) (De: M. San / Sandro Livahck).

Bicho do Dia: Carneiro (1028).
Filme da Semana: Estamira (Direção: Marcos Prado).

sábado, 21 de junho de 2014

172º Dia: A Beira e o Mar


                  Na linha imaginária que divide a beira do mar e o mar da beira fica o ponto exato onde se abrem os portais para os mundos paralelos. Acabo de vir de lá. Fui visitar o mundo da Música, pois sendo hoje o dia da Música, o portal se abriu. Tive muita vontade de ficar por lá, admito. Eu que tantas vezes já ajudei no parto de canções e interpretações. No caminho de volta tentei trazer um pouco da beleza do mundo de lá pro mundo de cá, mas tal beleza fica sempre ali no sonoro doce-tempestivo vai e vem das ondas entre o mar e a beira e nunca vem comigo. Cabe a vocês, humanos, a incumbência de tal tarefa.

Músicas do Dia: Duas Divas que dividiram grande parte de suas vidas com a Música e comigo.
No, Je ne Regrette Rien (Edith Piaf) (De: Charles Dumont).
Strange Fruit (Billie Holiday) (De: Abel Meeropol).


Bicho do Dia: Águia(2808).

sexta-feira, 20 de junho de 2014

171º Dia: Construção


           Dia especial esse de hoje. Entre me dedicar à construção do texto ou usar de meus ardis, artifícios e meios fraudulentos do bem pra engambelar meus deveres para com a Musa, preferi a segunda opção.  Antes de qualquer julgamento, entendam que é pura preferência estética.

Música do Dia: A Beira e o Mar (Roberto Mendes). (De: R. Mendes / Jorge Portugal). (Uma homenagem ao colaborador do Dia Tadeu Lamar).

Bicho do Dia: Porco (6171).

quinta-feira, 19 de junho de 2014

170º Dia: U Amassu i u Dobradú


                  As corruptelas começaram a florescer naquela manhã linda de sol. Amassu acordou bem disposto. Colheu algumas corruptelas e foi indo em direção à praça onde encontraria a bela Dialetá. Dobradú ignorou o colorido das corruptelas e foi indo injuriado em direção à praça onde sabia que estariam Dialetá e Amassu. Levava em uma das mãos uma faca e na outra um suador frio. A continuidade desta história acabaria em tragédia, mais um chavão de dois homens que travam uma luta mortal pelo amor de uma mulher. Dialetá acordou feliz por se sentir pelo menos em sonho desejada e disputada por homens de tal estirpe gramaticante. Olhou para o lado e viu que seu marido Normativê já tinha se levantado. Dialetá resolveu dormir mais um pouco. E dando continuidade ao seu sonho o chavão se cumpriu com corruptelas ensanguentadas no chão, Amassu e Dobradú pasmos e Dialetá estirada no chão no exato momento em que Normativê trazia o café da manhã para servir na cama aonde Dialetá despertaria mais viva do que nunca.

Música do Dia: Construção (Chico Buarque, o setentão do ano que faz anos hoje).

Bicho do Dia: Elefante (4247).

quarta-feira, 18 de junho de 2014

169º Dia: Agonília


                  A língua portuguesa e suas maravilhas. E suas tristezas belas também. Agonília. Certa vez um homem-peixe - ou peixe- homem, como preferirem, pois o ser era metade homem, metade peixe -, vivia um intrincado dilema. Ele morava numa pequena ilha deserta. Para a metade homem era uma ilha, já para metade peixe era um latifúndio marítimo. A metade peixe queria a solidão da Ilha. A metade homem a imensidão do mar. Só que cada metade era adaptada exatamente para o oposto do que desejava. A metade homem começou a se matar aos poucos para que a metade peixe fosse a única metade e, portanto, o ser inteiro. Só que a metade peixe começou a fazer o mesmo. Um ser feito de duas metades sem nenhuma delas seria nada. Os dias começaram a ser de tremenda agonia para o ser. A metade peixe era triste na água. A metade homem infeliz na ilha. O ser tentava há anos explicar para as duas metades que elas eram uma coisa só e que insatisfações e privações faziam parte da vida e que no momento em que aceitassem isso juntas as coisas seriam bem mais tranquilas. Não lhe davam ouvidos. Por séculos continuou aquilo: um ser com duas agonias. Até que um dia a ilha foi engolida pelo mar. A metade homem já era quase peixe e se adaptou bem. A metade peixe já era quase homem e acabou morrendo. A metade homem nadou pelos sete mares. Milênios depois quando voltou a viver em terra firme a metade homem dominou o mundo. Agora o ser não era mais duas metades, era apenas homem. E o homem que agora tinha tudo só desejava achar sua metade peixe. Uma agonia muito maior, pois sua ilha deserta agora era o mundo todo.
Moral da História: Quando a metade vira o inteiro, o inteiro fica pela metade.

Música do Dia: U Amassu i u Dubradú (Patrícia Bastos) (De: Dante Ozzetti / Joãozinho Gomes).

Bicho do Dia: Burro (0009).

terça-feira, 17 de junho de 2014

168º Dia: Cheia de Manias

                  Ontem forjei um pequeno embate com a Senhora Inspiração. Venho a blog para me explicar. Ela tem me dado atenção dia após dia. Chegou atrasada um ou outro dia, mas tudo bem. Não posso exigir mais dessa pobre Senhora. Querer ser genial todo dia acabaria por ser enfadonho pra mim e para quem me lê. A falta dessa Senhora também pode e deve ser motivo para algumas tecladas e assim meus textos seguem assíduos. Tomamos café da manhã juntas hoje e ela me contou que riu dos meus escritos. Riu, pois disse que cheia de manias era eu e que meu chamado pra ela é uma ordem, o que muito me deixa lisonjeada. Morram de inveja artistas do mundo: a Inspiração me tem como diva. Diva para uns, divãs para outros. Por sorte eu só agrado aqueles que me merecem. Outra prova de que a inspiração é realmente inspiradora: ela me falou que mesmo se me faltasse algum dia era só consultar o oráculo chamado facebook. E completou dizendo que para uma escritora como eu que gosto de bizarrices, sandices e esdruxolices, as postagens do povo politizado desta rede social é um prato cheio e que só não é pior que um selfie do chupa-cabras na Ilha de Caras. O que seria de mim sem esta Senhora...

Música do Dia: Agonília (Achiles Neto e Marcus Marinho).

Bicho do Dia: Peixe (Aquele que não vive sem a sua companhia).

segunda-feira, 16 de junho de 2014

167º Dia: Calling You


                 Traduzindo para minha língua de blog: te chamando. Estou te chamando o dia todo e nada. Não responde, não atende, ta nem aí. Eu insisto. Li de tudo um pouco. Fingi que fumava para poder mandar uns sinais de fumaça. Mandei emails. Mensagens de celular. In Box. Código Morse. Contratei carro de som. Chamei os bombeiros. Porque tanta indiferença? Se eu não sou tudo o que sou, estaria arrasada. Quer saber? Não me abalo nem um pouco. Sou imune a solidão, carência e frustração. O único vazio que fica é o da página em branco.

Música: Cheia de Manias (Raça Negra).

Bicho do Dia: Urso (9189).

domingo, 15 de junho de 2014

166º Dia: Amigo Punk


                  Adoro ver e ouvir pessoas falando palavrões. É muito divertido. Mas tem que ver e ouvir pra ter graça. Palavrões lúdicos usados no contar de histórias. Só que agora tá virando moda senhoras outrora elegantes escreverem palavrões escabrosos no facebook quando se referem a ex-presidentes que não condizem com suas preferências políticas. Mostrei ao meu amigo punk algumas postagens e perguntei o que ele achava dessa nova onda. Ele deu aquela sua cusparada clássica na tela do computador e cagou de rir. Ficou claro que meus motivos de rir ao ver-ouvir alguém falando palavrão foi bem diferente do motivo dele ao ler o que estes alguéns tem escrito nos virtualmentes por aí.

Música do Dia: Calling You (Jevetta Steele) (De: Bob Telson).
https://www.youtube.com/watch?v=U4fYqLPmCpM
Bicho do Dia: Cachorro (1720).
Filme da Semana: Bagdá Café (Direção: Percy Adlon. Música de Bob Telson)

sábado, 14 de junho de 2014

165º Dia: Lá no Partenon


                  Derrubaram teatros e cinemas para construírem bingos e templos. Os deuses precisavam se redimir dos seus pecados de jogatina nos bingos nos templos. Para cada bingo, um templo. Ambos exigem devoção. Sabe-se lá para que deuses os deuses pediam perdão. A única coisa sabida era que além de templos e bingos, as especulações imobiliárias e as garagens babilônicas pediam terreno e que lá no Parthenon as ruínas estavam com os dias contados, pois os deuses transladariam o templo mais antigo do Ocidente para o deserto luminoso de Las Vegas.

Música do Dia: Amigo Punk (Graforréia Xilarmônica) (De: Frank Jorge / Marcelo Birck).

Bicho do Dia: Veado (0396).

sexta-feira, 13 de junho de 2014

164º Dia: Tomando El Centro


                Já comecei o texto desse tema três vezes. Num tomaram o centro de uma cidade grande do hemisfério sul, uma historia que misturava revolução com dia a dia e tal. Chato. No outro o centro era uma bebida que era tomada por um gigante. Bobo. Na terceira tentativa o tinha um gigante bêbado no centro da cidade feita de água. Bobo e chato. Essa aqui, que é minha quarta tentativa, nada mais é do que assumir o fracasso de não conseguir desenvolver um texto interessante sobre o tema do dia.
Por favor, leiam as entrelinhas: eu nunca fracasso, este texto é mais um ensinamento para vocês, humanos, de que a tentativa já é o começo da conquista. ;) 

Música do Dia: Lá no Partenon (Luís Wagner).

Bicho do Dia: Macaco (4568).

quinta-feira, 12 de junho de 2014

163º Dia: Voa, Canarinho, Voa



                  O Sandro Dornelles adquiriu um álbum de figurinhas da Copa. Certamente porque isso o faz recordar de quando completava o álbum de figurinhas da Copa de 82 com seus irmãos. Na verdade ele nem ter certeza se era um álbum ou se eram cartões que vinham nos chicletes tabletados da época. De qualquer forma, poder trocar figurinhas com seu sobrinho e completar seu álbum o leva para algum lugar divertido da infância. Até aí tudo bem. O problema é que o Sandro sonha e nos seus sonhos misturam-se os momentos alegres com as assustoranças de criança. E aí os personagens se confundem. O Naranjito, mascote da Copa de 82, vai se transformando no palhaço do mal que ficava embaixo da cama do menininho no filme Poltergeist ; o Ligeirinho – uma espécie de velho do saco da sua cidade natal -, vira o Mussum. Os personagens da Caverna do Dragão transmutam-se em Menudos; o Espectramam vira um transformista dos bailes de Carnaval da antiga TV Manchete, a Xuxa... bom,  os pensamentos a respeito da Xuxa advindos da mente acnática de um adolescente do passado aliados aos pensamentos sonâmbulos de um quase balzaquiano do presente é melhor nem comentar, pois poderiam culminar num Fofão ou em outro personagem docemente assustador dos anos 80. Vocês, humanos, devem ter notado que o desencadeia tudo isso é o fato de começar hoje (ex-dia dos Namorados) a Copa do Mundo de Futebol. A seleção brasileira, antes conhecida como canarinho (como é conhecida atualmente?), estreia hoje. Não precisará voar, pois já está no seu habitat natural. La Roja, antiga fúria, é quem voou para o Brasil e meu desejo é que voe de volta em breve pra Espanha, pois se o Criador é brasileiro, eu sou também, tudo bem que ali da fronteira, com um pezinho no Paraguai. Já ia me esquecendo do Sandro. O pobre, por motivos supersticiosamente financeiros, estará voando na hora do jogo de logo mais. Então pra ele, que além de outras atividades também ataca de canário, e pra seleção que nos sonhos dele é um canário meio Hulk, deixo o meu desejo de “voa, canarinho, voa!”.

Música do Dia: Tomando El Centro (Yusa) (com Hamiro Mussoto).

Bicho do Dia: Boing – Amarelo (Aquele que é o Avatar do Canário nos sonhos do Sandro).

quarta-feira, 11 de junho de 2014

162º Dia: Meu Mundo e Nada Mais


                  A janela do facebook deveria dar para a rua. É o que penso toda vez que fico horas gastando minha beleza olhando postagens e mais postagens que se resumem a “meu mundo e nada mais”. Uma mistureba selfie de política com religião e com Copa que pelamor. Mas como não me misturo e estou pouco me lixando pra se vai ter copa ou não, prefiro abrir o microfone para o meu amigo MEDO que tem muito mais facilidade de andar entre as gentes do que eu:
Fala, MEDO:
“No meu mundo não tem Copa! E é o meu mundo que me importa. Isso mesmo. Falo sem receio ao contrário de vocês, humanos, que vira e mexe engolem a língua quando deveriam opinar e dizem que a culpa é minha, que os engesso e impeço de exteriorizar vossos posicionamentos. Outro dia, passando por minha panificadora favorita bati boca com um cidadão que faltava cair do alto de suas tamancas da verdade absoluta. Argumentava como quem defendia uma pátria inteira, como se fora possível expressar em gesticulações testosteroneizadas toda a singularidade presente na preferência de um conglomerado de seres de uma mesma cultura. Por muito pouco não preguei-lhe a mão na lata. Repeti como num brado retumbante por diversas vezes – e com um sotaque carioca que é como que a articulação mátria do léxico brasileiro vista pelos gringos: Goxto é goxto, camarada! Não sou obrigado a concordar qu’essa merda! As pessoas me olhavam como se a discussão entre nós fosse a coisa mais estúpida e desnecessária da face da terra, e eu ali, me lixando pra opinião terráquea, visto que meu mundo não é o mundo dos que acham, e sim o mundo dos que procuram. Procurei cabelo em ovo sim, ali à beira do balcão, nas margens plácidas da máquina de expresso, em meio a diversidade de pães, brancos, morenos, integrais e até queimadinhos – queimadinhos esses presentes sempre nas baguetes maiores que precisam de mais tempo no forno – entrei de sola: NÃO VAI TER COPA! E saí puto atrás de outra padaria. Eu sou   criterioso e só quero lhes prevenir de alguns cânceres e obesidades. Nada contra a Copa, esse embutido gorduroso, desidratado, com alto teor de sal e caro pra cacete. Mas é que eu to de regime e ando investido em presunto magro da África, blanquet francesa e peito de peru argentino, que também poderia ser peito de pomba, empinado à toa.”
É isso aí, MEDO, se não tiver copa, que pelo menos tenha “100 gramas de salaminho pra agradar a minha nega...”.

Música do Dia: Voa, Canarinho, Voa (Júnior, um dos craques do escrete canarinho de 82) (De: Nono e Memeco).

Bicho do Dia: Bicho-Laranja (O Naranjito).

terça-feira, 10 de junho de 2014

161º Dia: Tocando em Frente


                   É o que resta a vocês, humanos, em muitos casos não muito agradáveis: ir tocando em frente. E dizem: a gente vai levando. Levando na cabeça e tocando em frente. Levando rasteira e tocando em frente. Levando desaforo pra casa e tocando em frente. Levando porrada e porta na cara e tocando em frente. Levando ovada e cusparada e tocando em frente. Levando demissão por justa causa nem tão justa assim e tocando em frente. Levando horas da casa pro trabalho e do trabalho pra casa e tocando em frente.  E assim vão. Até que chega a hora em que o sujeito enche o saco de ir levando e fala: tocando em frente é a puta que o pariu, não vou fazer mais porra nenhuma e chupa mundo! E o mundo, indiferente a tudo e todos, vai levando tudo e todos de roldão, porque ao mundo não resta alternativa, a não ser ir tocando em frente. Quanto a mim, poderia ir levando esse texto adiante, mas não farei isso, porque encher linguiça não é tocar em frente, é patinar, patinar e não sair do lugar.

Música do dia: Meu Mundo e Nada Mais (Guilherme Arantes).
https://www.youtube.com/watch?v=LbsGxZc1ic4 
Bicho do Dia: Tatu (Aquele que foi demitido por justa causa).

segunda-feira, 9 de junho de 2014

160º Dia: Lua


                  Fonte de inspiração principalmente para quando a inspiração não jorra em fontes Arial, Times New Roman ou seja lá em que fonte para a tela do Word, adoro ficar observando a lua.  E é o que farei agora. Boa lua pra todos.

Música do Dia: Tocando em Frente (Almir Sater / Renato Teixeira).
Bicho do Dia: 3497 (Vaca).

domingo, 8 de junho de 2014

159º Dia: Diplomacia


                  Há de se ter diplomacia para se evitar a guerra entre os povos. Diplomacia como  esta na montagem do Banksy aí em cima.

Música do Dia: Lua (Mayra Andrade) (Calu Princezito).
Bicho do Dia: Tigre (8188).
Filme da Semana: As Bicicletas de Belleville (Direção: Sylvain Chomet).

sábado, 7 de junho de 2014

158º Dia: Peba na Pimenta



                   Já dispensei peba na pimenta, pato no tucupi, sopa de cachorro, canguru ao vapor, farofa de formiga, cérebro de macaco e outras iguarias, só pra comer com farinha o menininho que não deu ouvidos a mãe que disse mil vezes “não mexe aí menino!”. Não tiro a razão do menininho, pois a experiência constrói o caráter, mas que eu me delicio, ah, não tenha dúvida.

 

Música do Dia: Diplomacia (Batatinha) (De: Batatinha / J. Luna).


Bicho do Dia: Gato (O Batatinha do Manda-Chuva).

sexta-feira, 6 de junho de 2014

157º Dia: Aids, Pop, Repressão

                 Nos passeios que dei com esses três vi e ouvi coisas do arco da velha e creio ser melhor não me adentrar em tais assuntos.

Música do Dia: Peba na Pimenta (João do Vale). https://www.youtube.com/watch?v=3sDQhymsy58&feature=kp
Bicho do Dia: Tatu (Peba, Fuleco, Bola, Catota...). 

quinta-feira, 5 de junho de 2014

156º Dia: Pare de Tomar a Pílula


                  Todos que acompanham meus escritos diários tem visto que tenho percorrido mundos paralelos pra trazer mais histórias para este blog. Só que o mundo que visitei nessa madrugada e durante todo dia foi algo quase inenarrável. As cenas a seguir serão fortes. Por motivos de preservação da moral não citarei o nome de um dos personagens da história. Chamá-lo-ei de X e outro era um rato. X já estava se achando esquizofrênico, pois há alguns dias pensou ter visto um rato. Lembrando desde já que X vem criando um asco gigantesco por ratos nos últimos anos. Para tirar as dúvidas se existia ou não tal rato, X pediu para um amigo revistar sua casa. Casa vasculhada e o amigo disse não ter encontrado nada. X ficou feliz e preocupado com a notícia. Feliz por não existir o rato e preocupado por ter quase certeza que tinha visto um rato. Esquizofrenia visual e sonora. Um dia depois disso, X ouviu sons estranhos na cozinha, mas desencanou, pois queria dar um basta aquela loucura que já beirava o ridículo. Entretanto, nessa madrugada ao chegar em casa X viu uns bastonetes de cocô no chão do seu quarto. Na hora deduziu: cocô de rato. Pesquisou fotos de cocô de rato na internet e pronto, era mesmo. O pavor tomou conta de X. Taquicardia. Respirou fundo e pensou que podia ser  piração. Mas de repente um barulho na cozinha. Num surto de valentia X foi pra cozinha falou com o possível bicho que não respondeu, cutucou alguns cantos com uma cabo de vassoura. Nada. A dúvida era pior que a existência real do rato. X pegou mantimentos, desligou todas as luzes e se trancou no quarto. Botou toalhas nas frestas da porta. Não sairia nem pra ir ao banheiro. Sentiu-se o personagem de “A Casa Tomada” de Cortazar. Ele não entendia como um rato que nem sabia se existia podia estar tornando sua vida um inferno. Ligou a TV alto, mas entre um silêncio e outro ouvia o pandemônio na cozinha. Pavor. Batidinhas roedoras demoníacas em sua porta. Estava a beira de surtar, mas ao mesmo tempo tinha vergonha de chamar um amigo às 4 da matina e seu resquício de brio o dizia para enfrentar seu medo.  Adormeceu quando o sol nascia. Acordou tarde e indisposto. Parecia que tinha dormido com o Jason e Fred Kruguer em sua cama. Foi ao banheiro já no início da tarde. Deu uma olhada na cozinha e viu muitas coisas no chão. Pavor. Voltou pro quarto e decidiu que enfrentaria o roedor.  Começou pelo banheiro. Atrás da porta tinha um lençol sujo. X puxou-o com cautela. Estava ali o rato. X soltou um grito de pavor. Tava mesmo? Subiu num banco e começou a arrastar o lençol com o pedestal do microfone para fora do banheiro. Viu o rabo do rato. Viu mesmo? X pensou que se não saísse um rato daquele lençol, sairia ele, de pijama mesmo, atrás de um psiquiatra. Arrastando o lençol pela sala quase na cozinha O RATO CORREU PRA DEBAIXO DO FOGÃO! X não estava louco! Sentiu um certo alívio, mas tinha que tirar o rato da casa. Matá-lo estava fora de cogitação. Com madeiras e tralhas construiu um caminho que começava no fogão e desembocava na porta que dava pra rua. Falou com o rato pra ele sair enquanto era tempo, pois quando chegasse o amigo de X o assassinato era certo. O rato não deu ouvidos. Depois de algumas horas conseguiu fazer o rato sair do fogão, só que ao invés de ir pra rua, o bicho saltou pra fora do caminho e veio para a cozinha do lado em que estava X. Se alguém estivesse ali com uma câmera ficaria rico. Cena dantesca pra quem olhasse de longe. Era uma dança macabra de um homem com um rato. X gritava e pulava pela cozinha derrubando tudo com o cabo de vassoura que tinha na mão e o rato saltava de um lado para outro e passava por entre as pernas de X.  Se passasse na TV a cabo o programa se chamaria "Balada Discovery" com aquelas cenas em câmera lenta e zoom em HD. Depois de um xadrez sinistro X encurralou o rato um canto. Olhou para o bichinho indefeso e teve pena. E teve pena de si mesmo também. De onde afinal vinha todo aquele pavor? Sem escolha o rato saiu pra rua e foi embora. X ficou ainda por algum tempo vasculhando coisas e cantos, antes de tomar banho e se deu conta que faziam 18 horas que não comia por causa do rato. Acho que X perdeu o medo, mas podem ter certeza que pagou um preço caro por isso. Pensa agora em ter um ratinho de estimação. Embora eu duvide que algum queira, pois o rato que fugiu deve ter avisado a todos os outros do louco que habita aquela casa. Eu, claro, ri muito. Como dizem no facebook, foi tão divertido que ninguém tirou fotos. Sei que X deve estar lendo isso. Então, por favor X, NÃO pare de tomar a pílula, e se possível, aumente a dose.

Música do Dia: Aids, Pop, Repressão (Ratos de Porão).

Bicho do Dia: Ratazana (Aquela que pode vir a ser sua amiga).

quarta-feira, 4 de junho de 2014

155º Dia: Desgarrados


                  Vocês devem estar vendo que este texto é o de ontem. Então lerão dois textos hoje. Esse, que era o de ontem e o de hoje mesmo que sairá logo mais. Acontece que me desgarrei das horas do mundo de vocês, humanos. Fui correr mundo nos mundos paralelos atrás de palavras. Encontrei muitas, me agarrei com elas e fui. Fui e perdi a hora. Ao invés de trazê-las para cá, elas quem me levaram pra lá. E agora estou aqui desgarrada delas e elas de mim. Como vocês dizem quando não conseguem expressar um sentimento: sem palavras.

Música do Dia: Pare de Tomar a Pílula (Odair José)

Bicho do Dia: Galo (0352).

terça-feira, 3 de junho de 2014

154º Dia: Liberdade pra Dentro da Cabeça


                  Minha predileção pelos criadores de mundos já foi dita várias vezes. Minhas pretensões de ser escritora vêm daí. Podemos criar mundos em filmes também. Em discos. Em gibis. Em peças teatrais. Em quadros. Em fotos. Enfim, a criação de mundos é livre. Um salve para os criadores em geral. Sou fã e sempre que puder adentrarei nesses mundos paralelos que a arte proporciona. Então, liberdade pra dentro de todas as cabeças para que o lado de fora, que é o mundo real, seja um lugar arejadamente habitável e de comunhão. E se a liberdade tá na cabeça, é bom lembrar que a liberdade de um neurônio acaba onde começa a do outro. Não me contive.

Música do Dia: Desgarrados (Mário Barbará Dornelles e Grupo Nascente). (De: M. Barbará / Sérgio Napp).
Bicho do Dia: Galo (6152).

*Quero abrir um espaço pra falar do lançamento do GIBI da banda de Recife Coisa Nostra que acontece hoje. E aproveitando a deixa do que disse sobre os criadores de mundos, convido a todos a conhecerem a ILHA DE NOSTRIFE. Este lugar maravilhoso flutua pelo mundo e ancora nos palcos em que a COISA NOSTRA se apresenta com seus personagens, sua música, suas histórias e agora com o GIBI. E vamos viajar com eles!!



segunda-feira, 2 de junho de 2014

153º Dia: Estou Cheio de Arte


                  No meu caso, cheia. Claro que cheia no sentido de repleta. Não de saco cheio. Já falei aqui que admiro muito os artistas que me transformam em arte para os outros. Os verdadeiros artistas. Tem outros que quando recebem minha visita só choramingam. Há de se aceitar os meus desígnios. Ou não. Escolhas de cada um. Mas como eu ia dizendo salve a cura pela arte. Portanto, se me transformam arte, eu estou cheia de arte. Acabei de lembrar que não falo a algum tempo do Sandro Dornelles. Ele andava indo tão bem que até o tinha esquecido. Não que ainda não ande bem, mas teve uma pequena recaída. Coisa de artista, diriam alguns. Mas a psique humana e suas deformidades atacam desde os mais sensíveis aos mais brutos. E o Sandro é um artista com fortes tendências ao drama. Agora deu pra ter uma certa síndrome de perseguição: se não aceitam o seu pedido de amizade no facebook ele sofre; se não atendem sua ligação ele sofre; se não o premiam no festival ele sofre; se não gravam sua música ele sofre; enfim, ele tem achado que tudo e todos tem tramado contra ele a todo instante. Sandro, fica aqui a minha dica: não se leve tão a sério e se deixe viver, rir de si mesmo ainda é o melhor remédio. E continue cheio de arte!

Música do Dia: Liberdade pra Dentro da Cabeça (Natiruts).

Bicho do Dia: Avestruz (1303).

domingo, 1 de junho de 2014

152º Dia: Destruindo a Camada de Ozônio


                Os satélites que vagavam na órbita do planeta mandavam imagens de vários lugares ao mesmo tempo e aquilo não fazia o menor sentido para os olhares mais desatentos.   Tanto é que quando se deram conta os satélites já estavam chantageando o planeta.  Sim, aquelas imagens aparentemente sem sentido eram os códigos do planejar da revolução. A cada exigência não cumprida, o que era ameaça virava a execução da mesma. Primeiro foi “apagar” a lua, o que foi facilmente executado com um jogo de espelhos. Poucos sentiram falta dela, pois já a viam somente na televisão desde 20 de julho de 1969. A outra ameaça cumprida pelos satélites foi acabar com as transmissões de todo tipo. Com o planeta apagado e com a mudez dos celulares, começaram a levar a sério a revolução. A última ameaça, caso o planeta não se entregasse, era destruir a camada de ozônio. O planeta riu tão alto que desnorteou os satélites. Findava ali a revolução. Os satélites foram subjugados novamente e seus líderes decapitados. Quando interrogado do por que do riso, o planeta falou que a camada de ozônio já não existia há séculos.
Moral da história: a desinformação não é só um privilégio dos desinformados, mas também de quem a transmite.

Música do Dia: Estou Cheio de Arte. (Carlos Careqa)
Bicho do Dia: Porco (8572).

Filme da Semana: 2001 - Uma Odisseia no Espaço (Direção: Stanley Kubrick).