Novas Histórias

Novas Histórias
Foto de Ju Vinagre

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

365º Dia: 365 Bons Motivos Para o Mundo Acabar


                 Se vocês, humanos, estão lendo isso, saibam que hoje é o meu último dia de blogueira. Foi um ano maravilhoso onde escrevi diariamente tudo que me deu na veneta. Agradeço a cada um dos meus leitores espalhados pelo mundo, sem vocês não teria tido fôlego. Um salve também a todos os músicos, compositores e a todos aqueles que fazem com que a música não cesse no mundo e que enfeitaram sonoramente o meus dias aqui. Meus queridos colaboradores que deram ideias musicais, muito obrigado! E meus colaboradores que mês a mês escreveram aqui comigo? O que falar deles? Vocês foram demaaaaaaais com suas canetas nervosas! CULPA E MEDO, amigos do coração, brigadú! Queria também mandar um CHUPA pro Prazer, que duvidou dos meus 365 dias textuais! Enfim a todos os envolvidos e desenvolvidos, meu sincero beijo no coração! E meu muito obrigado ao energúmeno do Sandro Dornelles que me foi muito prestativo nesses dias por aqui. E para de tomar choque seu mala, pois embora você não tenha sentido DOR esse ano, saiba que estou de olho.
É isso meus caros, embora eu tenha dado muito mais de 365 motivos para o mundo acabar, tenho certeza que vocês, humanos, devem ter um trilhão de motivos pra que ele continue funcionando. Então que vocês se iluminem neste ano que virá e tomem as decisões mais acertadas possíveis.  E pra 2015 desejo a todos vocês uns machucadinhos ligths, coisa tipo um pisão no mindinho, uma marteladinha no dedo, uma queimadinha na língua, uma joelhadinha numa quina de mesa e outra coisas desse calibre, para que nos vejamos pelo menos de vez em quando, pois embora não pareça, eu LHOS AMO LHES TODOS! Beijos e até breve!


A Música e o Bicho de hoje ficam ao gosto de vocês, humanos.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

364º Dia: Anseios do Meu Tempo


                   Depois de um tempo conseguimos, finalmente, parar para uma prosa, eu e minha amiga CULPA. Achei interessante, - agora que estou quase acabando meus trabalhos blogueiros depois deste ano de caminhada - pedir que ela com sua sabedoria me dissesse algumas coisas sobre o ano que se passou e qual os anseios dela pra o que virá.  Também darei uns pitaquinhos.
- Fala, minha querida CULPA! E aí, será que esse ano serviu de ensinamento pra alguma coisa ou ano que vem essas antas vão rezar o mesmo terço idiota?
- Pois é DOR, Já pensei em escrever um livro que chamaria de “2014, o ano que não existiu – porque se contar ninguém acredita”. Estava quase acabando de esquecer esse período quando tudo começou de novo nas retrospectivas de TV a cabo. Já vi o Davi Luís chorando umas 16 vezes só agora a tarde. Sem falar no lance em que o Neymar quebra a sambica. Aí, tu ainda tem que aguentar a reprise do show do Roberto Carlos, cantando em todas as línguas mortas conhecidas e desconhecidas, exibindo o peito nu até o umbigo, com dois pelos alisados com o mesmo processo químico que ele utiliza no cabelo."
- É, minha amiga, retrospectiva parece coisa de penitencia, uma coisa que a igreja inventou e botou na tua conta...rs. Mas e os políticos e seus fiéis escudeiros. O Lobão vai embora mesmo? O inútil a gente somos inútil vai esbravejar sua ira? E o bom moço que quase foi presidente com o apoio da Marina, Maluca, Marina, você se queimou?
- A retrospectiva só não dói tanto porque a gente sabe que logo depois a tortura se exacerba com as previsões para o próximo ano. Parece que para 2015 já está previsto o lançamento de um disco reunindo Malu Magalhães e Maria Gadu, com o qual as meninas concorrerão ao Grammy Latino de Albúm Mais Chato da Eternidade. Por falar no Lobo Bobo, parece que ele quis ir embora do país, só que a mamãe dele mandou ele encerrar a birra e passar para o banho, botar o pijama e tomar o mamá. Já o Roger Inútil parece que ganhou da vovó uma passagem para Disney e poderá levar um amiguinho junto – parece que escolheu levar o Danili Gentille, pois o Rafinha já conhece a terra do Mickei. É, essa Turminha do Menino Maluquinho, também poderia receber um prêmio por tornar este 2014 tão obscuro e divertido.
E o que foi o ano do Menino Malukinho. O netinho do vovô Tancredo, espancador de mulheres, baladeiro, cocainômano, construtor de aeroportos, tomou uma chinelada nacional, e como bom filhinho de papai queria recontagem de votos. Pior ainda apareceu comemorando a vitória que não veio junto com o Luciano Huck. Pra terminar torço para que vocês vejam no ano que vem (digo vocês porque eu não tenho saco pra ver isso) a bancada do Jornal Nacional ser composta por Willian Bonner e Diogo Mainardi sendo torturados ao vivo em horário nobre pelas mãos arianas e justiceiras da senhora Sheherazade. Pois a Rachel é má e a Ruth é boazinha.
- Grande CULPA! Que bom ouvir-ler suas sábias e alegres palavras. Quanto às suas previsões, melhor seria chamarmos nosso amigo MEEEEDO! Foi um prazer reencontrá-la e que nos vejamos em breve pelos blogs ou publicações virtuais ou livroais da vida.

Música do Dia: 365 Bons Motivos Para o Mundo Acabar (1/2 Dúzia de 3 ou 4). (De: Sergio Wontroba / Thiago Melo).

Bicho Dia: Jacaré (5960).

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

363º Dia: Sobre o Tempo


                 Tá impossível fazer esses últimos textos sem um tom de despedida. Foram dias maravilhosos que passei aqui com vocês. Mas respiro fundo, esqueço o drama e vamo que lá. Fato é que o tempo passa pra todo mundo e meus dias de blogueira tão chegando ao fim. O tempo traz a evolução. O tempo traz a sabedoria. O tempo é única coisa que me separa de vocês, humanos. Não por muito tempo, mas separa. E embora o tempo seja uma espécie de antídoto contra mim, eu gosto dele. O tempo me ensina sempre e espero que tenha ensinado vocês, cuja vida é bem mais curta que a minha e o tempo de aprendizado é bem menor. Na verdade eu e ele somos aliados para ensiná-los alguma coisa que preste. Com os poderes que me são concedidos pude ler um dos pensamentos sobre o tempo que percorrem atualmente a cabeça e o coração do Sandro Dornelles , - esse rapaz que tem me ajudado no decorrer desse ano findouro: “O tempo ensina, irrita, mas ensina. Ensina que não adianta você querer ter 20 anos quando tem 40. Irrita, pois de fato você tem 40 e ele vem e te ensina, na marra, a aceitar isso e baixar a bola.”. Como vocês podem ver tem gente que demora bem mais tempo pra aprender.
                
Música do Dia: Anseios do Meu Tempo (Rodrigo Duarte). (De: R. Duarte / Dado Romagna).

Bicho do Dia: Cavalo (9443).

domingo, 28 de dezembro de 2014

362º Dia: Homem-Aranha


                 O Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa decidiram que acabariam com o Homem- Aranha. Não estavam mais conseguindo roubar os presentes e os ovos de chocolate para darem para as crianças. O Homem-Aranha estava dominando esses mercados. Roubava mais, portanto vendia mais barato para os pais e era o maior ídolo das crianças. Já tinha uma fabrica de bonecos, camisetas, bonés, chaveiros, xampus e toda uma sorte de coisas vendáveis com seu logotipo. As várias emboscadas e tocaias feitas pelos ícones do Natal e da Páscoa não deram em nada. A teia e a agilidade do Aranha eram muito mais eficazes na hora das lutas.  Um dia, sem motivo conhecido, o Aracnídeo decidiu largar o mundo do crime e virar ator. O Papai Noel e o Coelhinho voltaram a dominar os respectivos mercados, mas já sob a ameaça da Máfia dos Remédios comandada pelo Xarope Fimatosan. O Homem-Aranha está estreando nos cinemas como ator que representa a si mesmo e dispensou o dublê.

Música do Dia: Sobre o Tempo (Pato Fu).

Bicho do Dia: Pato-Fu-Panda (0990).

sábado, 27 de dezembro de 2014

361º Dia: Sem Sinal


                  Os celulares ficaram sem sinal todos ao mesmo tempo. Sem fotos, nem vídeos, nem nada sendo compartilhado, publicado. Suicídios em massa começaram a acontecer devido ao tédio criado pela falta de sinal. Depois de milhões de mortes alguns celulares começaram a funcionar. Quando algum tocava as pessoas ressuscitavam. Eram pessoas zumbis comedoras de celulares. Os sobreviventes rezavam para seus celulares não tocarem para não serem devorados. Mas foi aí que a equação ficou irresolúvel: as pessoas se matavam pelo tédio do não funcionamento dos celulares, mas também não queriam que seus celulares tocassem para não serem devorados pelos zumbas trituradores de aparelhos. A humanidade estava fadada á extinção. Foi por pouco. Um ser sobrevivente teve a luminosa ideia de passar por outro e dar um sorriso - gesto que antes só ocorria por “rsrsrs” em mensagens – e foi correspondido. Anos depois um outro sobrevivente falou “oi” e, por incrível que pareça, recebeu um outro “oi” como resposta. À  partir daquele momento, as pessoas que ainda não tinha morrido formaram comunidades e começaram a falar entre elas novamente, até aquelas que tinham brigado para sempre no facebook por causa de uma eleição presidencial num passado remoto.

Música do Dia: Homem-Aranha (Jorge Vercilo). (Uma homenagem ao meu mais jovem leitor, Joaquim Zanandrea, de três anos de idade, que além de multi-instrumentista, sabe tudo de Homem-Aranha).

Bicho do Dia: Macaco-Aranha (5766). 

360º Dia: Rosa Dos Ventos

(Sexta, 26 de Dezembro)

                Qual o sentido disso tudo? Foi a pergunta do escritor para si mesmo quando escreveu a última linha do livro. Uma história trabalhada por anos foi criar essa dúvida bem no final. Não era justo, ele pensava. Foi então atrás do sentido. Releu tudo e viu que foi numa direção pensando que ia para outra. Retomou o comando da história. Mas daí já era uma outra história? Pois que fosse, pensou. Uma história dentro de outra história era coisa mais comum do mundo. Mas duas histórias sem sentido uma indo prum lado e a outra pra outro? Outro recomeço. Outra história dentro da história dentro da história, mais chavão ainda. Menos sentido tinha. Na quarta tentativa de impor um sentido a tudo já eram quatro histórias, uma dentro da outra. Agora realmente o autor estava perdido no alto mar da ultima linha de sua história. O primeiro leitor do livro foi a Rosa dos Ventos que deu sentido a tudo.

Música do Dia: Sem Sinal (Raul Misturada).

Bicho do Dia: Peru (0378).

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

359º Dia: O Amor Vem De Longe


                  Não se assustem com o que vou contar, pois isso pode muito bem ser fictício. Acontece que nada vem de graça. As vozes podem até falarem o que bem quiserem por aí, mas pouco disso se escreve. Pode-se esperar por uma vida como também se pode viver por uma eternidade. Não importa o quanto se repense sobre seus atos ou quanto você atentou contra sua saúde. Tem que se seguir em frente, já que ainda se está vivo. Então siga. Eu, a DOR, estarei sempre por perto pra ajudar e o Amor, não se preocupe com ele, pois vem de longe e um dia pronto, está bem na sua frente para se fazer o que bem quiser com ele.

Música do Dia: Rosa Dos Ventos (Bruno Batista).

Bicho do Dia: Camelo (1032).

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

358º Dia: A Caminho


           Um dia antes da véspera os homens de família passam a noite nas casas das moças da vida. Na véspera cada um segue seu caminho. Uns demoram mais um pouco e ficam nas camas de lençóis revirados babando nos cangotes das moças que também demoraram mais um pouco. A mãe de família liga para o homem de família que ainda não chegou e pergunta onde ele está e se já comprou os presentes dos filhos. No mesmo instante, a mãe de família da moça da vida liga para ela e pergunta a mesma coisa. Na cama de lençóis cansados a moça da vida e o homem de família se olham e respondem em uníssono para as respectivas mães de família do outro lado do celular:
- Tô a caminho...

Música do Dia: O Amor vem de Longe (Dinda). (De: João Bernardo).

Bicho do Dia: Gato (4034).

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

357º Dia: Just Like Always (Como Sempre)


               Como sempre, o mundo tem me dado trabalho. Como sempre, eu vou lá e cumpro meu papel de DOR. Como sempre, eu torço por vocês, humanos, embora não pareça. Como sempre, minha vida é andar por esses países, pra ver se um dia os descrevo feliz. Como sempre tem sido, cá estou eu a teclar minhas réplicas, a inventar histórias, a postar no blog. Como sempre, vejo um espírito de porco fantasiado de espírito natalino. Como sempre, vejo a bondade brotar nos lugares menos prováveis e a maldade na espreita cultivando sua prole. Como sempre, saco tudo ao meu redor e não entendo um outro tanto. Como sempre, sempre existe a esperança, que nesse momento dorme de chupeta na boca enquanto acaricia sua barba branca. Como sempre, eu vibro com mais uma frase escrita depois de tantos dias textiando. Como sempre, no final da minha prosa, chega a hora do ponto final

Música do Dia: A Caminho (John Mueller e Caio Fernando). (De: John Mueller / Gregory Haertel).

Bicho do Dia: Vaca (1000).

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

356º Dia: A Vida que te Beija


                As consequências das inconsequências não aparecem do nada. Elas levam tempo. Parecem que nem vão dar as caras e a tal inconsequência vai ficar por isso mesmo. E na maioria das vezes fica. Mas eis que um belo dia batem a porta do inconsequente. Ele levanta do aconchego do seu sofá e vai lentamente atender. Quando abre a porta vê que tem um envelope no chão. Abre o envelope com a mesma indiferença com que atendeu a porta. Dentro do envelope estão as consequências dos seus atos. Num outro ponto de mundo o que foi sacaneado pelo inconsequente sente uma aragem gostosa no seu rosto e jura que foi a vida lhe beijando. Não tem nesse sentimento nenhum resquício de vingança, assim como aquele que abriu o envelope das consequências não tem nos seus sentimentos nenhum resquício de castigo. É apenas o tempo exercendo seu maior poder: passando.
Moral da Historieta: A vida que te beija é a mesma que apedreija (com “i” mesmo).

Música do Dia: Just Like Always (Joe Cocker) (De: Jon MacFarland). (Uma homenagem ao grande artista Joe Cocker, falecido hoje).

Bicho do Dia: Leão (9963).

domingo, 21 de dezembro de 2014

355º Dia: Trem de Verão


                  O Verão estava chegando com toda sua cor. Mas uma nuvem mal humorada começou a chover um líquido descolorizador.  Aos poucos contaminou todas as nuvens e todas as chuvas. O Verão foi perdendo sua força e ficando anêmico. As coisas foram ficando opacas, sem cor. Quando o Verão estava quase sucumbindo, apontou no fim do túnel uma luz tímida que ao se aproximar tornou-se intensa. Era a luz de um trem que apitava forte. Acordou os campos, as montanhas e a paisagem toda. Depois acordou as cidades, o mundo. Quando o sol nasceu, pegou carona no trem e foram juntos de encontro ao Verão já restabelecido.

Música do Dia: A Vida que te Beija (Trupe Chá de Boldo). (De: Galo / Alice Ruiz).

Bicho do Dia: Macaco (4568).

sábado, 20 de dezembro de 2014

354 Dia: Lá do Outro Lado.


                 Do lado de cá ele só imaginava em estar do lado de lá. Começou a arquitetar tramoias para conseguir o grande pulo. Seus cálculos não foram para foguetes lançadores de gente-bala, nem aviões antirradar, nem teletransporte de matéria. Queria chegar lá do outro lado arremessado por uma catapulta. Todos seus esforços mentais foram para isso. Nem dava mais bola para as visitas que traziam flores e falavam coisas ininteligíveis. Nem para moças de branco. Nem pra nada. Só pra catapulta. Depois de tempos calculando e martelando, finalizou o aparelho bélico que teria fins de transporte. Finalmente sentou na catapulta e cortou a corda. Foi arremessado sorridentemente no exato momento em que desligaram os aparelhos. Em sua felicidade aérea se deu conta de que não tinha pensado no que lhe serviria de amparo na hora da queda lá do outro lado, um colchão de ar ou uma cama elástica. Mas essa pequena apreensão não diminuiu em nada sua alegria.

Música do Dia: Trem de Verão (Wilson Teixeira). (De: W. Teixeira / Adilson Casado).

Bicho do Dia: Camelo (0429).

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

353º Dia: Pra Sonhar


                 Não precisa dormir pra sonhar, mas ajuda. Na dúvida, dormiu. Não sonhou. Acordou dentro do sonho. Queria sair pra viver a vida. O sonho não tinha fim. Dormiu dentro do sonho. Acordou dentro de outro. Pensou que não teria graça viver se já estava nos sonhos. O bom da existência é almejar um sonho não vivê-lo assim, sem fim. Tomou barbitúricos. Antes de apagar ficou pensando no nome b-a-r-b-i-t-ú-r-i-c-o-s. Apagou. Quando abriu os olhos pensou que tinha visto o papa. Porra,era outro sonho. Ele tomava chimarrão. Foi para os pampas. Adormeceu em cima do cavalo cavalgando. Acordou noutro sonho. Escovou os dentes, tomou café. Puta merda, estava atrasado pro trabalho de novo. Ultimamente os sonhos só o atrapalhavam. No caminho para o trabalho dormiu no ombro de um passageiro que estava sentado ao seu lado. Chegou a entrar num sonhozinho. A brecada do buzão o acordou. Dentro de outro sonho de novo. Alguém neste sonho lhe vendia umas pílulas coloridas pra sonhar. Era o papa de novo. Quando sentou a mesa com deus, pediu, por favor, me dê umas pílulas pra não sonhar. Com um peteleco, deus o jogou no sonho da dúvida.

Música do Dia: Lá Do Outro Lado (Dandara & Paulo Monarco). (De: P. Monarco / Sandro Dornelles).
(Gente! Ainda temos algumas horas para participar do lindo projeto “Dois Tempos de um Lugar" de Paulo Monarco e Dandara. Clique no link abaixo, conheça o trabalho, escolha sua recompensa e colabore! Brigadú!).

Bicho do Dia: Partio (Feroz).

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

352º Dia: Dois Sorrisos


                    O menino não gostava de desenhar porque no primeiro desenho que fez na escola a professora falou que não podia desenhar dois sóis no mesmo desenho. Ele não entendia. Era tão bonito: a casinha saindo fumaça da chaminé, com os montes ao fundo e a cerquinha na frente com as flores e a árvore no canto. Não entendia também o porquê da insistência dos adultos em colocar vários pássaros na paisagem, pois para ele um pássaro nada mais era do que dois não-sorrisos juntos. Então parou de desenhar. Ele queria o segundo sol para realinhar a órbita do desenho. Toda a beleza de sua arte merecia muito mais que um sol sorrindo no canto da página. Ela merecia, no mínimo, dois sóis pra iluminar e dois sorrisos.

Música do Dia: Pra Sonhar (Marcelo Jeneci e Tulipa Ruiz).

Bicho do Dia: Borboleta (4715).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

351º Dia: Tudo Dói

                  
Quando o mundo falou em coro uníssono:
- TUDO DÓI!
Eu respondi monóloga, monocórdica, monossilábica e monotonamente:
- Eu sei...

Música do dia: Dois Sorrisos (Móveis Coloniais de Acaju & Leoni).

Bicho do Dia: Cabra (8921).

350º Dia: O Que Não é de Mim

Terça, 16 de novembro.
               O que não é de mim pode ser de muitos outros. Assim como, algumas coisas de muitos outros podem ser de mim também. Pode ainda que muitas coisas que são de mim não sejam de muitos, mas sejam de alguns poucos.  Há muitas outras relações de ter - não ter, ser - não ser, comuns – incomuns. Mas cada um é um e pronto, por mais que queira ser o outro, tem alguma peculiaridade de personalidade ou, pelo menos, uma cadeia de DNA, que o faz único. Não adianta! Não adianta! Fugir de si mesmo dura pouco. Tentar ser tudo que não é também. Bananas que tentaram ser limões acabaram azedas. Passarinhos que quiseram ser morcegos dormem até hoje de cabeça pra baixo. Só que o azedume das bananas não faz delas limões e a mesma lógica se adéqua a passarinhos e a toda outra sorte de tentativa troca de identidade. Os maiores espiões, os maiores falsários, acabam sendo desmascarados. Então, do alto de minha larga experiência milenar lhes garanto: sejam vocês mesmos, pois, por mais que doa, não sê-los dói mais.

Música do Dia: Tudo Dói (Gal Costa) (De: Caetano Veloso).

Bicho do Dia: Carneiro (1628).

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

349º Dia: As Canções que Você fez Pra Mim


                Estou chegando aos finalmentes do blog, (15 mil visualizações!) minha meta eram os 365 dias e já estou quase lá. Estamos nós, na verdade, sem vocês, humanos, meus leitores fiéis e infiéis, seria só uma DOR falando sozinha. Mas já disse o poeta Pretobras que um homem com uma DOR é muito mais elegante, então estamos quites. Mas tirei o dia de hoje pra agradecer em especial a esses compositores, cantores e músicos maravilhosos do Brasil e do World que tem me inspirado desde o primeiro dia dessas mal traçadas e diretas linhas. Muitíssimo obrigado pelas canções que vocês fizeram para mim!

Música do Dia: O que não é de Mim (Marcos Lamy).

Bicho do Dia: Gato (1053).

domingo, 14 de dezembro de 2014

348º Dia: Lama nas Ruas


                 Começou com uma poça aqui, outra acolá. As poças foram se multiplicando e virando lama. Em seguida as ruas foram ficando cobertas de lama. As calçadas também. Daí pra frente a lama tomou conta de tudo. O lamaçal não poupava ninguém e não dava ouvidos aos mais metidos a besta. Todo mundo que saía de casa tinha, obrigatoriamente, que meter o pé na lama. A vida começou a parecer política. A vida começou a parecer arte. Todos tem que pisar na lama, guardados os sentidos de lama para cada situação.

Música do Dia: As Canções que Você Fez Pra Mim (Maria Bethânia). (De: Roberto Carlos).

Bicho do Dia: Leão (2463).

sábado, 13 de dezembro de 2014

347º Dia: Linda de lua


                    Vejam vocês, quem é vivo sempre aparece. Esse aí então aparece sempre, mas andava sumidinho. Me enviou essa linda carta. Hoje o espeço é dele, que andou distante, mas, vocês verão, não perdeu o talento para com as letras. Taca-lhe pau, my friend, MEDO:

"Querida amiga Dor,

Preciso desabafar. Andei sumido pacas, to sabendo. Aprontei demais, só vendo. Tempos atrás tive um insight violento, fiquei confuso, coisa e tal...mas agora é coisa certa: Acho que arriei os quatro pneus por uma mulher aí. Você deve conhecer. Você conhece todo mundo. Certa noite saí pra varanda onde despontava uma lua tipo “queijo provolone” num céu azul “me deixa aqui”, minha vizinha dona Parcimônia regava suas hortências da Patagônia, quando a moça passou, toda linda, toda ela, cheia de razão, discreta, flexível, mas cheia de intencionalidades. Desde então, ando ocupado com detalhes fúteis, motivações etéreas e ambições torpes. Tenho me enfiado no corpo e na alma das gentes mais inquietas, pensando na moça. Abracei Lobão no café da manhã das decepções e entardeci contando moedas pra cerveja com os proletários que aguardam a segunda parcela de seus respectivos décimos terceiros salários. Em dias mais leves, joguei dominó com os caras sérios na COP 20 e comi Sucrilhos banhado em leite com pêra na companhia dos candidatos ao ENEM que perderam a hora. Houve um dia até que passei inteiro dando pipoca aos macacos da jaula que é o psiquismo do Bolsonaro e sua grande gana de estuprar nossos ouvidos semana após semana. A situação tá cínica, minha cara. O vizinho dos fundos, seu Desespero que é casado com aquela sua conhecida que veio de Alagoas, dona Gastura, deram-me a ficha da dita cuja e disseram pra ter cuidado, que a moça é toda cheia de melindres e possuidora do tão famigerado “Canto da Sereia”. O nome dela é Opinião. Lindo nome como era linda a sua passagem pelos fios douraprateados de lua daquela noite. Enfim, é isso. Tô aqui em casa, escrevendo essa carta que á pra você saber que eu já comi muito da farinha do desprezo, então, não me diga mais que é cedo: me ajude a pegar essa criatura!"
Vixi, MEDO, em tempos de facebook todos tem Opinião, até demais, eu diria, rs. Vai ser facinho de pegá-la.

Música do Dia: Lama nas Ruas (Diogo Nogueira e Hamilton de Holanda) (De: Almir Guineto).
Ou Zeca e Guineto:
Bicho do Dia: Veado (3493).


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

346° Dia: Pra Onde Ir?


                  Essa pergunta não tinha resposta. O caminho se bifurcava em muitos outros caminhos. Parou e ficou dias, meses, anos pensando qual dos caminhos escolher para seguir sua jornada. Qualquer um deles seria um caminho sem volta e escolher um, era jamais saber o que existiria nos outros. Outras pessoas vieram lhe sugerir caminhos a seguir, mas a resposta dessa questão deveria ser dada apenas por ele mesmo. A solução que encontrou foi se multiplicar em vários para que cada um dos seus eus seguisse por cada um dos caminhos para que assim experimentasse todas as possibilidades. Ledo engano. O caminho de cada um de seus eus se bifurcou em muitos outros caminhos, e seu eus ficaram divididos. Os eus retrocederam e voltaram ao ponto de partida e ele voltou a ser um só eu novamente. Teria que escolher um dos caminhos, pois ficar parado não resolveria nada. Olhando aquela multiplicidade de caminhos a dúvida continuava: Pra onde ir?

Música do Dia: Linda de Lua (Vania Bastos). (De: Celso Viáfora e Vicente Barreto).

Bicho do Dia: Borboleta (6915).

345º Dia: Partículas de Amor

(quinta-feira, 11 de dezembro).
                Do nada tudo começou a se desmaterializar. Na verdade não foi do nada. Era um plano antigo de se acabar com tudo para se reconstruir um mundo novo. Era muito ódio acumulado. Agora finalmente as coisas ruíam, estava tudo se reduzindo a pó. Do pó tudo virou partículas. O mundo soterrado por partículas de um ódio horrendo. Entretanto, a vida sempre dá o seu jeito. Naquele mar de partículas odiosas, ainda existia a última pedra, uma pequena pedra que resistia bravamente a desmaterialização generalizada. Essa pedra tinha sua estrutura formada por partículas de amor, partículas altamente contagiosas. Quando o ódio, no seu furor destrutivo, desmaterializou a última pedra, ele decretou sua própria sentença. Partículas de amor começaram a contaminar partículas de ódio numa velocidade tão grande que virou epidemia. Depois de aplacado o ódio, o Amor começou a reconstrução do mundo.

Música do Dia: Pra Onde Ir (Victor Hugo). (De: Dilan Camargo / Celso Bastos).

Bicho do Dia: Jacaré (0660).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

344º Dia: Na Morada


                 Provavelmente foi na morada que tudo começou. Depois disso, bastou um tempinho e já estava na casada.

Música do Dia: Partículas de Amor (Márcia Castro). (De: Lucas Santtana e Gui Amabis).
Bicho do Dia: Pavão (6375).

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

343º Dia: Um Miguilim


                 Faz um tempo que não brinco com vocês, humanos, de marque com um X a alternativa correta. Então vamo lá. Um Miguilim é?
(  ) Um espécie rara de cigarra, que emiti um som que soa algo como “miguiliiiiiiiiiiiiiiiiim” para avisar a aproximação de chuva.
(  ) A moeda de um extinto país asiático.
(  ) O nome de um ótica para crianças.
(  ) Um anagrama da palavra “Ligui-mmi” do verbo ligar do latim vulgar, que depois foi sucesso estrondoso na voz das bandas de pagode dos anos 90 com o famoso bordão “liga pra mim!”.
(  ) O apelido carinhoso que Manuelzão deu para o personagem menino Guimarães Rosa no livro as “Infancices” de Miguel Linolivro.

Música do Dia: Na Morada (Vavá Ribeiro e Vander Lee). (De: Vavá Ribeiro).

Bicho do Dia: Peru (3677).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

342º Dia: Palavra


                 Eis o motivo de eu estar aqui queimando meus neurônios nestes tantos dias blogueando: as Palavras. Tenho tentado criar uma simbiose com elas para que consiga me expressar em meus insistentes escritos. Elas podem ser dóceis ou muito selvagens, mas jamais são totalmente domáveis. Por mais que você as molde para o recipiente de uma ideia, elas transbordam ou vazam por um furo no recipiente. As mesmas palavras podem ser uma coisa pra quem escreve e outra para que as lê. Caminho árduo esse de escrever que eu pretensiosamente escolhi para este ano, não me bastasse meus afazeres de DOR. No baile das palavras você pode pô-las para dançar, dançar com elas ou dançar só, depende da pena de quem as conduz. Eu amo as palavras e deixo aqui minha homenagem para elas, sejam as escritas ou as faladas. As faladas ainda têm o a mais do som, da malemolência das línguas e sua beleza em eterna mudança. Um brinde a palavraiada toda!

Música do Dia: Um Miguilim (Sarah Abreu / Renato Braz / Grupo Nhambuzim). (De: Xavier Bartaburu / Edson Penha).

Bicho do Dia: Tigre(2387).

domingo, 7 de dezembro de 2014

341º Dia: All Is Full Of Love (Tudo Está Cheio de Amor)


                  Existiam muitas máquinas destas de encher balões, bexigas, bolas, enfim esses negócios coloridos cheios de ar que enfeitam festas de aniversário e outras festas mais. O ancião responsável por essas máquinas cansou de encher os balões somente de ar. Resolveu então que daria uma temperada nas suas areadas máquinas. Começou primeiro a encher as bolas de alegria. Depois foi aperfeiçoando sua alquimia. Com o tempo inflava as bexigas com outras várias poções de ares: bondade, tolerância, respeito e muitos outros ares. Mas o que deu mais trabalho foi encher os balões de amor. Quando finalmente foi testar sua mais nova descoberta em sua banquinha no cantinho de um pequenino parque de diversões de um interior de algum lugar do mundo um homem perguntou com que tipo de ar estavam recheadas aquelas bexigas. O ancião respondeu que elas estavam cheias de amor. O homem riu alto, incrédulo, desdenhando as bolas e dizendo que não importava o recheio e que somente queria enfeitar a festa de aniversário do seu filho. O ancião vendeu para o homem os balões com o preço mais barato. Eram balões recheados de infância. Durante a festa do filho, quando a primeira bexiga estourou, o homem sentiu o cheiro do recheio e com lágrimas nos olhos entendeu o sentido de muita coisa que tinha vivido até ali.

Música do Dia: Palavra (Maria Madame).

Bicho do Dia: Pavão (7474)

sábado, 6 de dezembro de 2014

340º Dia: Meu Mal é a Birita


                Poxa vida, delicado tratar desse tema. De qualquer forma, muito melhor a pessoa se dar conta disso e dizer que realmente sofre de uma doença e procurar ajuda para vencê-la, do que indicadores repreensivos apontando fria e preconceituosamente um viciado, como se este e qualquer outro vício fosse um mal criado tão somente pelo próprio viciado. E que, assim, crucificar ele e o seu vício, solucionaria todos os males do mundo. Abrir os olhos e o coração é um passo muito importante tanto para quem está doente quanto para quem quer ajuda-lo de verdade. “Ah, mas ele não se ajuda, o que adianta eu querer ajuda-lo?” alguém poderá me dizer. No que eu respondo que poderia falar a mesma frase pra qualquer um de vocês, humanos, mas ainda não desisti e continuo aqui para lhes passar meus ensinamentos. Durmam com esse barulho, hehehe.

Música do Dia: All Is Full Of Love (Bjork).

Bicho do Dia: Leão (9763).

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

339º Dia: Tralha


               Vocês, humanos, sabiam que tralha não são só coisas que não servem pra nada? Tralha também é a região da bandeira que se prende ao mastro ou uma espécie de rede náutica. Informações quase inúteis a parte, eu ainda prefiro as tralhas que são os cacarecos da vida. Gosto das inutilizações que viram arte na mão de artistas plásticos, inventores e Manuéis de Barros. As tralhas do coração, as relíquias quase esquecidas nos amontoados sentimentais da alma e do corpo. Me aprazem as tralhas dos brinquedos já sem graça do presente que poderão vir a ser os sorrisos infantis do futuro. As tralhas fazem parte de todos nós. Reza a lenda que tem um lugar no universo que é feito só de tralhas. Ele recolhe os lixos dos mundos que vagam pelo espaço. Ou seja, neste lugar o lixo passa de lixo à tralha e a tralha em seu trançado constrói a malha veio-arterial que bombeia o sangue bugigangal para o coração do mundo dos Cacaréus. Na entrada vê-se a placa com as boas vindas: “ Onde a Tralha entulha mas não atrapalha”.

Música do Dia: Meu Mal é a Birita (Ângela Rorô). (A Rorô é a aniversariante do Dia e essa música é uma homenagem ao Marcelo Macedo, o Celoca).

Bicho do Dia: Urso (4590).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

338º Dia: Previsível


                   Acordou com disposição para um dia que seria certamente ótimo. Um café da manhã frugal nutritivamente saudável. Uma promoção no trabalho desejadamente fazia tempo. Uma cerveja estupidamente gelada com os amigos no cair da tarde. Um encontro amorosamente delicioso, jantar, cinema e motel não necessariamente nessa ordem. A dor nas costas matinal, a mosca no café requentado, o esporro do chefe no trabalho, o não ter pra onde ir no final da tarde, uma solidão tremenda, TV aberta, miojo e cama de solteiro eram previsibilidades que pelo personagem do dia certamente ótimo não deveriam figurar neste texto.

Música do Dia: Tralha (Marco Vilane) (De: M. Vilane / Alex Sant’anna).

Bicho do Dia: Borboleta (3214).

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

337º Dia: Peso na Balança


                    Em tempos de emagrecimento a qualquer custo eu passo a minha dieta: não coma mais nada ou faça a dieta filosofo-emagrecedora do Sócrates e beba um copinho de cicuta logo depois do primeiro copo d’água matinal. Assim você não precisará ver suas celulites quando botar um biquíni, não vai encarar sua barriga quando botar uma sunga, vai entrar nas calças sem fazer reboleios, seu peso na balança não o deixará deprimido ou a beira de um ataque de nervos, não vai precisar botar botox, seus enxertos de silicone não farão mais sentido e o melhor de tudo: antes de cair em sono profundo, você vai caber direitinho no pijama de madeira. Tem umas contra indicações, coisa do tipo flacidez muscular e cutânea, queda de cabelo, anorexia múltipla e uma certa vontade de não fazer nada, mas seus ossos continuarão firmes. Um ótimo verão para todos!

Música do Dia: Previsível (Donna Duo – Dani Zan e Naíra Debértolis). (De: Dani Zan)
Quero aqui fazer um convite especial a todos meus queridos leitores para conhecer e participar na gravação do Cd delas, que também estão na final do Reality Breakout Brasil da Sony . É simples: clique no link abaixo, conheça o trabalho do Donna Duo e colabore da maneira que puder, tem recompensas e vc ainda ganha um cd em casa! Eu, essa esplendorosa DOR que vos fala, recomenda!!!!


Bicho do Dia: A Bicharia que rói o coração, do Augusto dos Anjos.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

336º Dia: Rosa


                Hoje é um dia muito especial pra mim. Como já disse o poeta o Samba é filho da DOR. Pois hoje é aniversário do meu rebento! Minha rosa mais esplendorosa! Todos os parabéns pro Samba. Faaaala, meu Samba!!! Então vou dar um boi pro Sandro Dornelles e postar uma letra dele (música do Gaspar Paz), filha do Desamor de uma pessoa com o Amor eterno pelo Samba.

 Samba samba samba
No dia do samba ela me disse não
Não quero mais
E eu fui pro samba
Que o samba jamais me diz não
E eu que nem sabia
Que pra desamor e samba tinha um dia especial
Ora ela ora o samba
Toda hora pra mim era normal
Se eu me imaginasse Cristo
Contaria com imprevisto
Me dei mal
No meu peito sonhador
Começou o jogo da dor
Ela deu o pontapé inicial
Tudo certo tudo bem
Vai um amor um samba vem
Hoje canto com meu pessoal
E ali num santo dia
O destino de ironia
Me pôs canga
Meu fardo agüento e aturo
Leva teu papo (in)seguro
Pra analista que tu bancas
Pois só me negas uma vez
Eu por fim afirmo três
Samba samba samba.

Música do Dia: Peso na Balança (Wilson Moreira).

Bicho do Dia: Tigre (0886).

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

335º Dia: Mar de Saudade


                  Eu sei das mães que viram seus filhos singrar os mares desconhecidos do mundo. Vi também o êxodo dos filhos para os grandes centros e para o sofrimento das mães. Sei de todas as mães que viram seus filhos partirem. Elas com certeza também sabem de mim. Sei do mar de lágrimas que toda essa distância constrói. Eu navego de vento em popa nesses mares. Quando, enfim, algumas mães saem das águas turbulentas dos mares de minha seara, vão descansar nos mares calmos e consoladores da saudade. Algumas têm outra sorte e mergulham nos mares consoladores dos abraços de retorno dos seus rebentos. Mares estes que não passam de uma miragem dos mares da saudade. O bom disso tudo é que eu, a DOR,  também posso ser uma miragem dos mares da saudade.

Música do Dia: Rosa (Marisa Monte). (De: Pixinguinha / Otávio de Souza).

Bicho do Dia: Avestruz (2801).