Existiam muitas máquinas
destas de encher balões, bexigas, bolas, enfim esses negócios coloridos cheios
de ar que enfeitam festas de aniversário e outras festas mais. O ancião responsável
por essas máquinas cansou de encher os balões somente de ar. Resolveu então que
daria uma temperada nas suas areadas máquinas. Começou primeiro a encher as
bolas de alegria. Depois foi aperfeiçoando sua alquimia. Com o tempo inflava as
bexigas com outras várias poções de ares: bondade, tolerância, respeito e
muitos outros ares. Mas o que deu mais trabalho foi encher os balões de amor.
Quando finalmente foi testar sua mais nova descoberta em sua banquinha no cantinho
de um pequenino parque de diversões de um interior de algum lugar do mundo um
homem perguntou com que tipo de ar estavam recheadas aquelas bexigas. O ancião
respondeu que elas estavam cheias de amor. O homem riu alto, incrédulo,
desdenhando as bolas e dizendo que não importava o recheio e que somente queria
enfeitar a festa de aniversário do seu filho. O ancião vendeu para o homem os
balões com o preço mais barato. Eram balões recheados de infância. Durante a
festa do filho, quando a primeira bexiga estourou, o homem sentiu o cheiro do
recheio e com lágrimas nos olhos entendeu o sentido de muita coisa que tinha
vivido até ali.
Música
do Dia: Palavra (Maria Madame).
Bicho
do Dia: Pavão (7474)
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