Novas Histórias

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Foto de Ju Vinagre

quarta-feira, 25 de junho de 2014

176º Dia: A Procura da Batida Perfeita

        
                   Entre batidas de falta e pênaltis, batidas policiais, batidas de carteiras atrás de ingressos e batidas de limão, bati um papo com minha amiga correspondente, a CULPA. Interroguei-a sobre a batida perfeita. Ela, que assim como eu, em dados momentos chega de leve, mas em outros vem batendo forte, teceu algumas considerações:
”Em tempo de copa do mundo a batida perfeita é o chute bem dado.  E semana passada eu encontrei uma patada ao zapear pelos canais da TV a Cabo – TV que aliás, tem me convencido que é exponencialmente pior que a TV aberta, pois pelo menos essa última tem poder de síntese, enquanto a primeira apenas esparrama a mesma espécie de lixo só que sem limite de tempo. Num canal, que já bloqueei, estava passando um especial com Paulo Miklos, o Titã multimídia. A criatividade do rapaz realmente não possui limites. Ele que já pensou que é saxofonista, cantor, compositor, ator, agora também pensa que é sambista. Miklos está plenamente convencido de que sabe tocar cavaquinho e que também domina a técnica da flauta transversa. Sendo assim, outorgou-se o direito de reler a obra de Noel Rosa.  Mas, a patada a que me refiro não está aí, afinal de contas tornar chata a obra de Noel é algo que muitos conseguiram, agora para torná-la insuportável é preciso um tipo de talento incomum, que o idoso Titã não possui. Para esgarçar o legado noelrosiano para muito mais além das raias chatice, Paulo Miklos contou a com o auxilio luxuoso de Mallu Magalhães. A menina conseguiu. Sua voz é capaz de inflamar os ouvidos mais desatentos, fazendo verter pus e sangue dos canais auriculares de seus ouvintes. Mallu tem a um quê de uma Medusa-sereia-pós-moderna e, seu modo de cantar – que se assemelha a um gargarejo de Pinho Sol feito pelo Barney, amigo do Fred Flinstones – tem o estranho poder de, sobre as mulheres secar-lhes os ovários, enquanto que, quando chega a ouvidos masculinos, trinca-lhes imediatamente os dois testículos. Se a batida não é perfeita, o par Miklos Magalhães já concorre ao troféu Timfia, O Pé no Saco de Música Brasileira, do final do ano.”
Levantamos e deixamos o lugar sem DOR e sem CULPA.

(Os artistas citados indicaram a música do Dia como uma reposta pra nós. Salve a democracia, embora tapas de luva não nos afetem):
Música do Dia: Coleção (Cassiano).

Bicho do Dia: Tigre (1787).

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