Entre batidas de falta e pênaltis, batidas policiais, batidas de
carteiras atrás de ingressos e batidas de limão, bati um papo com minha amiga
correspondente, a CULPA. Interroguei-a sobre a batida perfeita. Ela, que assim como
eu, em dados momentos chega de leve, mas em outros vem batendo forte, teceu
algumas considerações:
”Em tempo de copa do mundo a batida perfeita é o
chute bem dado. E semana passada eu
encontrei uma patada ao zapear pelos canais da TV a Cabo – TV que aliás, tem me
convencido que é exponencialmente pior que a TV aberta, pois pelo menos essa
última tem poder de síntese, enquanto a primeira apenas esparrama a mesma
espécie de lixo só que sem limite de tempo. Num canal, que já bloqueei, estava
passando um especial com Paulo Miklos, o Titã multimídia. A criatividade do
rapaz realmente não possui limites. Ele que já pensou que é saxofonista,
cantor, compositor, ator, agora também pensa que é sambista. Miklos está
plenamente convencido de que sabe tocar cavaquinho e que também domina a
técnica da flauta transversa. Sendo assim, outorgou-se o direito de reler a
obra de Noel Rosa. Mas, a patada a que
me refiro não está aí, afinal de contas tornar chata a obra de Noel é algo que
muitos conseguiram, agora para torná-la insuportável é preciso um tipo de talento
incomum, que o idoso Titã não possui. Para esgarçar o legado noelrosiano para
muito mais além das raias chatice, Paulo Miklos contou a com o auxilio luxuoso
de Mallu Magalhães. A menina conseguiu. Sua voz é capaz de inflamar os ouvidos
mais desatentos, fazendo verter pus e sangue dos canais auriculares de seus
ouvintes. Mallu tem a um quê de uma Medusa-sereia-pós-moderna e, seu modo de
cantar – que se assemelha a um gargarejo de Pinho Sol feito pelo Barney, amigo
do Fred Flinstones – tem o estranho poder de, sobre as mulheres secar-lhes os
ovários, enquanto que, quando chega a ouvidos masculinos, trinca-lhes imediatamente
os dois testículos. Se a batida não é perfeita, o par Miklos Magalhães já
concorre ao troféu Timfia, O Pé no Saco de Música Brasileira, do final do ano.”
Levantamos e deixamos o lugar sem DOR e sem CULPA.
(Os artistas citados indicaram a música do Dia como
uma reposta pra nós. Salve a democracia, embora tapas de luva não nos afetem):
Música do Dia: Coleção (Cassiano).
Bicho do Dia: Tigre (1787).
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