Nas minhas andanças pelo
planeta terra desde os tempos mais remotos, conheci gente que colecionava de tudo:
ossos, besouros, cápsulas de munição usadas, rótulos, brasões, tampinhas de
garrafa, latinhas, parafusos, figurinhas, bichinhos de pelúcia, carteiras de
cigarro, dentes humanos, caveiras, enfim, coisas normais e anormais de se
colecionar. Mas existiu um senhor num ermo dos Montes Urais que colecionava
dores. Desde que se conheceu por gente ele decidiu colecionar meus atributos. E
assim foi durante toda a sua existência anotando em infinitos cadernos todas as
dores que sentia. Embora muitos não acreditem este excêntrico colecionador
conseguiu, através de poções de druidas nada ortodoxos, ficar menstruado para
sentir as convulsivas cólicas femininas e engravidar para que pudesse sentir as
dores do parto. E assim foi ele colecionando dores. Na altura dos 179 anos o
ancião já tinha uma biblioteca imensa cheia de cadernos com suas descrições das
dores. Eu chamo essa coleção de primeira biografia na autorizada sobre minha
pessoa, mas posso garantir que vocês conhecem quase todas as histórias, pois se
não as sentiram na pele, ainda vão sentir, ou então já ouviram falar.
Música
do Dia: Yellow Submarine (Beatles) (De: Lennon & McCartney).
Bicho
do Dia: Macaco (7068).
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