Já entendi muito bem algumas
regras humanas sobre a lembrança e a principal delas é: você só se lembra do
que lhe convém, ou, para os mais cara de pau, memória seletiva. Peraí, memória
seletiva é muito válida, principalmente quando se está mais velho, pois haja
memória no HD cerebral pra acumular tanta informação. Agora, como tem espertinho
que esquece fácil das merdas que faz. É amnésia alcoólica (um tipo de
esquecimento para o qual vale lembrar que cú de bêbado não tem dono), ou é
porque se esqueceu de olhar no espelho nos últimos vinte anos ou olhou demais e
já está delirando (sim, porque o sujeito com 60 anos na cara querendo pagar de
gatinho, é dose! É dose sim, Sandro Dornelles, esquece esse sonho de envelhecer
enxuto e caminhar de tênis e sunga na beira mar de alguma praia, todo bronzeado
e pelancudo que nem um maracujá velho, olhando pras bundas das menininhas), ou é Alzheimer mesmo. Visto
isso, digamos que uma das minhas funções no mundo é ser uma espécie de backup
pra vocês, esquecidinhos. E antes de continuar quero deixar claro que tudo que
eu falo aqui de porrada, surra, bater, bordoada, está no sentido metafórico. Ou
não. Mas enfim, metáforas. Lembra-se das aulas de Português ou esqueceu porque
gazeteou (verbo lindo!) pra queimar os neurônios pra fumar a ervinha do capeta
misturado a vinho vagabundo? Gostaria de finalizar lembrando que eu só bato,
mas, assim como quem apanha e como os elefantes, eu também não esqueço. E, quando bato
em algum que já havia batido, eu sei muito bem porque este alguém está apanhado
de novo. Porém entendam que, pra quem já tomou porrada uma vez, eu alivio na
próxima. Entretanto, peço desculpas se bati repetidas vezes com força em alguns
de vocês. Só posso dizer que vocês deram um puta azar e eu devia estar com um
puta de um mau humor pra ter batido repetidas vezes em vocês. E praqueles que não
sabem o porquê da surra, pode deixar que dou um jeito de lembrá-los.
Música do Dia: Charla de Tropa (Bebeto
Alves, Clóvis “Boca” Freire e Lucio Yanel) (De: Mauro Moraes, com trechos do romance
“Don Segundo Sombra” do argentino Ricardo Guiraldes, grande clássico da
literatura latino americana e formador da identidade nacional argentina, suma
da vida do homem do pampa).
Bicho do Dia: Touro (3782)
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