É disso que eu falo. Ou
melhor, escrevo. Na verdade eu mais escuto que escrevo, mas escrevo muito do
que escuto. Gosto das histórias que saem da boca do povo. Do cantador. Do
contador de história. Do propagandista da praça. Do palhaço. Do poeta. Dos armoriais
da fala. Dos desafios. Dos improvisos. Dos partideiros e versadores. A Língua
filha da mãe Lusa-Sânscrita-Esperanta. Das palavras jogadas no meio fio das
calçadas e recolocadas nas vozes e nos papéis e recolocadas nos computadores e
impressas e lidas e faladas e jogadas no lixo e derramadas de novo no meio fio
das calçadas no eterno ciclo de reciclagem da língua. A palavra-chuva. A
palavra-chave. A palavra-shiva. A palavra-xepa. A palavra chova! Que se inundem
os dias, os meses, os anos. Que se irriguem as plantações de escribas. Que
naveguemos nas histórias canta-faladas e fada-encantadas do porvir. Que se reiniciem os ciclos. Que encharquem as
palavras com as quais se queima a Língua. Que se ebulicione a Língua. Que se
meta-alimente a re-volta da Língua. A Língua crua. Crua não porque mal passada,
mas porque espontânea. A Língua cozinhada e preparada no dia a dia do fogo da
fala-transmutação. Eis aí meu Manifesto.
Música do Dia: Palavriá (TARUMÃ: Marcelo Barum, Carlos Moreno, Alê Moreno, Daniel Pessoa e Daniel Taruma) (De: Daniel Sanches)
https://www.youtube.com/watch?v=PeH99hPC-MM
https://www.youtube.com/watch?v=PeH99hPC-MM
Bicho do Dia: Grilo (O Falante).
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