Engraçado uma coisa que notei
no meu estudo blog-antropólogico: como variam as opiniões do que significa
trabalhar e ser vagabundo. A maioria acha que só trabalha quem cumpre um horário
fixo de segunda a sexta e recebe uma grana certa no final do mês. Entretanto,
não precisa ser muito esperto pra ver que o trabalho informal praticamente já
virou formal. A “informalidade” movimenta milhões. O apontador de jogo do
bicho, o vendedor ambulante de cafezinho e salgado, o camelô, enfim, um tanto
de gente dando “seus pulo”, “dando duro no baralho” pra sobreviver. E se
existem inimigos do batente, acredito que sejam inimigos do trabalho formal, do
sonhado, mas nem tanto, serviço público e de tudo que esse mundo-mercado dos
concursos oferece. Mas ainda assim, muitos taxam outros de vagabundos. Não é de
hoje que um monte de gente que tem vários diplomas e nenhum emprego. Ou quando
tem emprego não é relacionado a nenhum dos seus diplomas. E mesmo assim chamam
essa gente de vagabundos. E mesmo assim ainda hoje se ouve a célebre frase que
sempre é dita ironicamente por um amigo músico “lixo” do Sandro Dornelles
quando lhe apresentam algum músico: “Ah, você é músico? Legal, mas trabalha com
o quê?”.
Música do Dia: Vida Seca (Márcia
Cherubin)
Bicho do Dia: Cabra (3423)
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