A meu ver o oriente amazônico está nos
olhos puxados dos índios. Que ali esteja o olhar da sabedoria oriental misturado
ao conhecimento profundo da natureza. Que ali estejam a cura pela farmacologia
das ervas da mata com as ervas do sol nascente. Que ali esteja a precisão da
flecha e da espada do samurai. Que esses olhos puxados nos atraiam para o seu
mundo e nos mostrem no seu passado as alternativas para um presente melhor...
quando voltei do transe de um belo sonho indígena oriental aonde eu estava
sobre o efeito de uma erva alucinógena, me deparei com uma televisão ligada mostrando
uma reprise de carnaval aonde um oriental dentuço fantasiado de índio fazia uma
dança de um coreano que virou mania mundial. Não soube nem o que pensar. E
confesso que ainda não sei. Mas lembro de que pude notar que num canto da tela,
enquanto via o vídeo bizarro que acabei de narrar, havia um senhor negro de
cabelos brancos vestindo um terno, adormecido numa cadeira com a cabeça escorada
na mesa ao lado de um copo que me parecia ser de cachaça. Então entendi tudo.
Se para mim, ver a reprise daquela cena do dançarino oriental já estava sendo sofrida, conclui que o senhor negro de cabelos brancos deve ter dormido por conta do
cansaço da folia, mas principalmente para que seu carnaval não terminasse ali em
meio a dantesca cena e também para que no seu sono ele sonhasse aquele sonho
que eu estava sonhando no início do texto.
Música do dia: Disparada (Jair
Rodrigues) (De: Geraldo Vandré)
Bicho do dia: Homem (aquele que ainda
é bicho).
Nenhum comentário:
Postar um comentário