Agora já estou mais calma.
Mas também só tendo sangue de barata pra aguentar tanta hipocrisia e
ultimamente tenho dado nome aos bois, às vacas, aos coelhos, aos cachorros, aos
burros, às cobras e a toda fauna metafórica de gentes. E essa história de dar
conselhos e regras de bem viver tem feito me sentir como uma deusa que
interfere na vida dos mortais, quando meu objetivo aqui nesse blog é outro. É
apenas tecer comentários, tirar conclusões e me divertir no mundo das palavras.
Minha profissão exigi que eu tenha sangue frio e tenho tido algumas reações,
digamos, emocionais e passionais demais. Como já disse, emoção é coisa pra
vocês, humanos. O meu nome é tempo bom. Tenho que andar ensolaradamente por aí,
flechando minhas presas com indiferença. Pra sorte de todos, ando mais ocupada
em teclar do que em flechar. Neste momento estou no aeroporto, ver os aviões
decolando e aterrizando me inspira.
Ainda mais numa linda manhã como essa. Entretanto, uma criatura sentou do meu
lado – que sou invisível para ela -, e desandou a falar groselha. Mais um
pedante cheio de razão. Nuvens começaram a aparecer do nada. A brisa virou um
vento forte. E o papo furado continua. Algo perturba minha calma. Tento me
concentrar nos escritos, mas algo em mim trovoa.
Música do Dia: Chão de Estrelas (Nelson
Gonçalves) (De: Silvio Caldas / Orestes Barbosa)
Bicho do Dia: Camelo (2129)
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