Novas Histórias

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Foto de Ju Vinagre

segunda-feira, 21 de abril de 2014

111º Dia: As Rosas Eram Todas Amarelas

         Não sei o significado ou a mensagem subliminar que trazem consigo as rosas amarelas. Há um mistério a cerca das rosas amarelas e Dostoievski. Motivo pra uma pesquisa futura? Pode ser. Basta, por hora, dizer que cada um manda rosas da cor que quiser, pelo motivo que quiser. Pode ser uma declaração de amor, um pedido de desculpa, pêsames, para parabenizar, enfim.  Acordei pensando em qual seria a cor das rosas que eu mandaria para o mundo. Ainda não me decidi. Sei é que entramos hoje nas ressacas das comemorações católicas e comemoramos o dia de Tiradentes. Duas palavras me chamam a atenção quando se fala nestes temas: a Indulgência (do Catolicismo) – o perdão, a facilidade para perdoar -, e a Inconfidência (do mártir na visão da Coroa)– a falta de fé ou de fidelidade para com o outro. A pergunta que faço a vocês, humanos, é: com quem vocês têm sido indulgentes e com quem vocês têm sido inconfidentes? Acho que vale a pena se perguntar. Não se prendam a datas. Dias atrás se comemorou o dia do Índio, mas o que adianta se tratam o Índio sem indulgência e quase como um inconfidente? Peço para que pensem e penso também. Eu não sou indulgente e também não sou inconfidente. Meu papel no mundo não me permiti isso. Pra quem mando então minhas rosas? Pensando um pouco mais, vi que o Dostoievski foi tratado como um inconfidente e sem indulgência pelo governo russo. Tudo bem que foi “perdoado” aos 49 do segundo tempo, pois momentos antes de ser executado, sua pena foi mudada para quebrar gelo na Sibéria. Sendo este artista russo um dos meus preferidos e sendo, como eu, um jogador inveterado, já me decidi: é pra ele que mando minhas rosas. Misteriosamente, amarelas.

Música do Dia: Cálice (Chico Buarque e Milton Nascimento) (De: Gilberto Gil / C. Buarque) https://www.youtube.com/watch?v=26g1jQG-n4Y
https://www.youtube.com/watch?v=8CnSiaP-jL4 (Explicação do Gil pra música “Cálice”).

Bicho do Dia: Galo (1849) (Ano em que Dostoievski foi exilado). 

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