O rapaz chegou no mesmo
horário, no mesmo ponto, no Largo do centro. Todo prateado jogou a caixinha também
prateada no chão, subiu no pedestal e não se mexeu mais. De uma janela ali
perto uma senhorinha observava tudo. Depois de um tempo, viu que as pessoas passavam
e jogavam coisas dentro da caixinha. Ela pensou “quem será que esse rapaz está
esperando assim imóvel? Parece uma estátua”. Ficou intrigada porque durante o
dia todo cada vez que olhava pela janela lá estava o rapaz prateado esperando
um alguém que nunca vinha. “Que maldade, pobre rapaz”. À tardinha lá foi ela
mais uma vez dar uma espiada. Viu que o rapaz descia do pedestal, pegava sua
caixinha e saia caminhando lentamente, triste, pelo menos para ela. Vibrou com
a atitude do rapaz e gritou pra ele bem alto: “isso meu filho, vá embora mesmo
e nunca mais espere esse(a) desnaturado(a) que o deixou aí plantado o dia todo!”.
Fechou a janela e ainda injuriada pensou “que paciência que tem esse rapaz, eu
já teria ido embora na primeira hora. Esse mundo não tem mais jeito mesmo”.
Música
do Dia: Despirocar (Apanhador Só). (De: Alexandre Kumpinski / Ian Ramil).
Bicho
do Dia: Veado (8593).
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