Passado o mau humor de ontem, continuei
minha incessante procura pela luz. Fui ver as notícias dos jornais televisivos,
mas só vi trevas. Eles continuam forjando: protegendo uns, os de sempre, e
crucificando outros, os de sempre também, e falando a palavra crise 28 horas
por dia. Com o poder de convencimento que parecem ter sobre vocês, humanos,
seria fácil pra eles lhes convencer que Darth Vader é o mocinho do Star Wars e
que nunca foi do lado negro da força, que o Dark Side of de Moon é um disco de
axé com o novo hit do verão e que “O Iluminado” é um filme solar para crianças.
A seguir, fui para um parque de diversões, mas já no primeiro brinquedo,
adivinhem, faltou luz. Fui ouvir música e o primeiro verso que ouvi foi “dia de
luz, festa de sol...”, achei uma piada de mau gosto e desliguei o som. Olhei pela
janela e vi que a chuva havia parado e que um belo raio de luz atravessa uma
nuvem espessa e pensei, bom, ta melhorando. Animada, fui ler os bons e velhos
clássicos da literatura na esperança de clarear de vez as idéias. Depois de
muita poesia, conto, romance e crônica de qualidade ímpar, me dirigi inspiradíssima
pro computador. Eu olhei pra tela em branco do Word e ela olhou pra mim, em
branco também. Concluí que ser a DOR e ser escritora ao mesmo tempo nesses
tempos de hoje dá muito trabalho. Daí então a lampadinha sobre minha cabeça se acendeu.
Corri até a cozinha e preparei um suco de Luz. Bebi tudo num gole só. Embebida de
luz voltei para o computador e compartilhei com todos a receita do suco. Então,
quando você estiver desiluminada como eu, beba luz, ou se alimente dela como a
criançada do Chico Buarque. Não supre sua falta de inspiração para escrever,
mas qualquer pum, arrotinho, coco ou xixi que você fizer será brilhante.Tomara que os telejornais não roubem minha ideia.
Música
do Dia: Brejo da Cruz (Chico Buarque).
Bicho
do Dia: Vaga-lume. (Luz sim luz não luz sim luz não...)
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