Não tenho mesmo. Ela corta
meu barato ali e me leva para as lágrimas das pessoas que perderam um ente querido
aqui. Ou seja, temos, eu e a morte, uma relação tranquila. E vocês, humanos, têm
também? Lembro de uma frase que dizia “Tu não tem medo da morte, meu?”. Era o
que alguém dizia quando era provocado por outro. Ou o que alguém dizia quando
um outro queria fazer uma coisa perigosa. Uma frase como essa dá a entender que
vocês tem medo da morte. Não é pra menos. É muito misteriosa essa história do pós-mortem. Pra onde se vai? Vai-se
mesmo pra algum lugar? Dói? Clareia? Escurece? Muitas questões até hoje sem
resposta. Nem a mim foi dado o direito de conhecer o que vem depois de se bater
a caçoleta. Engraçados os nomes e expressões que se dão pra morte ou pra alguém
que morreu: bateu as botas, passou dessa pra melhor, foi falar com o Criador...
Ou para os quase mortos: tá na boca do corvo, na capa da gaita, com um pé na
cova e outro no sabonete, no vai não vai. Ou as frases filosóficas sobre a
morte: até quem é vivo tá morrendo, a morte lhe sorriu e pra morrer basta tá
vivo. Eu diria que pra morrer basta tá Vivo ou TIM, ou Oi, ou Claro ou qualquer
outra operadora, o sinal sempre morre quando você mais precisa dele. E tem
coisa que nem foi feita pra morrer e dizem que tá morrendo: o livro, a canção, o
respeito, a boa educação. Gente, essas coisas não morrem, o problema é que tem
um bando cada vez maior de imbecil que não sabe o que são essas coisas. A morte
é um assunto que dá pano pra manga, tanto dá que eu tô aqui até agora enchendo linguiça
e vocês queridos e amados leitores ainda não tiraram os olhos do texto. Sinal que
minha moral de escritora está viva. Mas hoje a minha inspiração está respirando
por aparelhos. Fui!
Música do Dia: Edifícios Residenciais (Rafa
Barreto, do disco “Ordem Aleatória”.). https://www.youtube.com/watch?v=MCxaueVvdfU
Bicho do Dia: A Ave do Bom Agouro
(Aquela cujo o pio quando traduzido diz “Sai de mim força estranha!”).
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