Quando ela trouxe o café da manhã na
cama - coisa que não fazia há tempos -, ele se sentiu o homem mais feliz do
mundo e até esqueceu que há uma semana antes tinha saído do motel com a outra,
pensando em separação. E
no momento em que viu aquele café lindo com todas as coisas que gostava,
decidiu que separaria era da outra e ficaria definitivamente com a moça do café,
com quem, afinal, já estava há tantos anos. Logo após o último gole de café,
sentiu as primeiras convulsões no estômago que foram crescendo até se tornarem
insuportáveis. Minha missão ali foi pesada, mas rápida, minutos depois de
vomitar a alma, estrebuchava e cumpria eu meu papel de levá-lo para falar com o
Criador. E voltei feliz de mãos dadas com o remorso pra cumprir meu papel junto
à moça do café que encarnava a Julieta ao avesso e que tomava o último gole do
veneno que tinha sobrado e começa também... P-U-T-A-Q-U-E-O-P-A-R-I-U! ACORDEI!
Realmente não entendo vocês, humanos, e essa mania de me acordar no meio de um
sonho bom para dizer melosamente pro amado depois do café da manhã na cama: “Mooor,
traz um remedinho, que a champanhe de ontem me deu uma DORzinha de barriga e
uma leve enxaquequinha...” Se eu tivesse metade desse poder que vocês acham que
eu tenho, aí sim, eu seria o seu pior pesadelo.
Música do Dia:
Coming Back To Life (Pink Floyd) (Uma homenagem a colaboradora do Dia, Cristiane Yokoyama Ribeiro)
http://www.youtube.com/watch?v=4wtj8olA4l0
Bicho do Dia: Aranha
(vive do que tece).
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