Assim como vocês, humanos, eu
também questiono o sentido da minha existência. Suponhamos que a existência
seja uma Madame cheia de vontades. O que, cá entre nós, acho que muita das
vezes é. Suponhamos também que existência tenha um sentido. Vamos lá. A Madame, num momento de dúvida,
sopra no seu ouvido o caminho a seguir. Aí é que tudo vira filme. Um dos
caminhos pode te levar a encontrar o amor da sua vida ou, sei lá, conhecer
alguém que lhe conseguirá um emprego. O outro pode te levar pra um assalto ou
até para morte. Não tem como se adivinhar os desígnios dessa Madame. Fato é que
sem saber todos acabam fazendo as vontades dela. Tentar enganá-la, fingir que
vai por um caminho, mas depois ir pelo outro, não adianta, pois já é este um
terceiro caminho. Ficar a mercê dessa Madame é um beco sem saída com muitas
saídas. Mas se a vontade é dela e não nossa, qual é o sentido da porra da
existência? Se ela é uma combinação de acasos e destinos, não nos resta nada a
fazer. Embora façamos e tenhamos que fazer, pois como acreditar que somos
marionetes? Entendam que quando falo nós, falo de vocês, humanos. Em meio a
tantas dúvidas existências, por hora já tomei minha decisão: sentar num bar,
pedir uma bebida, pitar um palheiro, escrever meu blog e desfrutar meu lado flaneur pra ver o desfilar da
existência das moças e seus matizes de belezas. É isso! Ver as moças, que por
hora nem sabem da existência do meu olhar, existirem no passear da cidade. E
enquanto a existência grita, berra e exige, façamos ouvidos moucos. Afinal de
contas, pra que discutir com Madame?
Música
do Dia: A Felicidade (Tom Jobim & Vinicius de Moraes).
Bicho
do Dia: Avestruz (2301).
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