Em tempos onde o “deixa isso
pra lá” é usado por vocês, humanos, como desculpa para fugirem de coisas com as
quais não querem se comprometer, seja por preguiça, comodidade ou outro
sentimento não muito louvável, eu, em minha esperança para com a humanidade,
vou usar meu “deixa isso pra lá” como uma forma de pedido, assim como o fez o
poeta ao pedir para deixaram pra lá as fofocas. Bom, coisas absurdas acontecem
a todo instante e instantaneamente aparecem na internet para todos verem. A
última bizarrice que li foi sobre uma ideia de reescrever Machado de Assis para
que as pessoas possam lê-lo com mais facilidade. Meus caros, o Machado é um dos
bambas das letras brasileiras. Camisa 10. Como alguém que já leu pérolas como “Memórias
Póstumas de Brás Cubas” ou “Dom Casmurro” posso falar que vale o esforço para
entender a linguagem do cara. O papo é top. O cara é gênio. Não tentem
reescrever o Machado ou qualquer outro bom escritor que lhes pareça “difícil”. Então, deixem-no em paz. Se alguém reescrevê-lo,
não será mais ele o escritor da obra e sim o Zé das Couve que o “traduziu” para
o português preguiçoso. Só quem pode reescrever Machado de Assis é o próprio
Machado de Assis. Como ele já está morto, não nos resta mais nada, senão lê-lo.
Portanto, pessoas que querem “facilitar” a leitura do nosso querido escritor
carioca, por favor, colem o ouvidinho
aqui e ouçam o conselho desta velha senhora que sou eu: deixa isso pra lá.
Música do Dia: O Gol (Otávio Segala e
Berbel (De: O. Segala / Clóvis Itaquy).
Bicho do Dia: Jacaré (1159).
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