No prédio de trocentos
apartamentos por andar todo mundo ouviu o quebra pau. Também como é que Malandro
dá um mole desses e canta pra Rita um samba que fez pra Dora? B. O. na certa.
Malandro gostava muito das duas e achou que tinha sido injusto com a Rita. Foi
lá e cantou pra Dora um samba que tinha feito pra Rita. Outro B. O. Justiça
feita, Malandro seguiu fazendo seus sambas. Quando o tema virou indecisão,
doeu. Malandro gostava das duas. As duas falaram no seu ouvido: “ou ela ou eu”.
Malandro correu do som da fala delas foi falar no ouvido de Clara. Clara tinha
surgido não sei de onde, mas quando ouviu o samba que Malandro tinha feito pra
ela – na verdade era pra falta de Rita, de Dora e Glória-, e Glória nem virá
nessa história pra reclamar direito algum-,, seus olhos brilharam. Era o homem.
Aquele era o homem. Para Rita e para Dora já não era mais. Daqui pra frente não
importa mais o que acontecerá na história. Que ela se conte pra cada um de
vocês no que a imaginação mandar. Leitor, eu posso ser Machado e cortar a
história aqui. Conforme-se. E vamos ao que interessa: o Malandro sempre soube,
ainda não sabe, mas sempre vai saber, que o samba é quase Deus: escreve quase
certo por linhas tortas. E no “quase” é que está a maravilha da coisa TODA.
Música
do Dia: Canalha (Walter Franco)
Bicho
do Dia: Avestruz(1503).
Nenhum comentário:
Postar um comentário