Novas Histórias

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Foto de Ju Vinagre

sábado, 2 de agosto de 2014

214º Dia: El Arriero Va


                  Um chopinho de sábado à tarde com minha amiga CULPA pra botar a conversa em dia. Meus pensares vocês leem todo dia. Então fiquem com o palavreado apurado e meigo desta minha amiga e sua visão um tanto peculiar. É um olho no mundo e um dedinho de moça na ferida:

“Minha intenção era escrever no dia do stand up. Não deu, ok sem culpa. Vamos do bob Marley ao Yupanqui sem maiores melindres. A questão é que queria falar de pseudo-comediantes e fase anal – apesar de saber que o Medo é sempre mais psicológico que eu e, portanto, mais habilitado a tratar desses assuntos freudianos.
Uma vez presenciei um vacilão pagando de malandro e aplicando numa estudante de psicologia o que era fase anal. Pegou carona na explicação da acadêmica, que dissertava sobre a fase da oralidade, onde ela explicava a uma mesa de bar que nessa fase a criança está provando o mundo e por isso coloca na boca tudo o que acha. O bocó não se emendou e lascou que fase anal era onde o nenê enfiava coisas no ânus. A menina que não era trouxa perguntou se o barbado tinha gostado de passar por essa fase. Ele enrubesceu, deu o prefixo e saiu do ar. 
Ninguém me perguntou, mas segundo o pai da psicanálise a fase em questão tem haver com o controle dos esfíncteres, ou seja, quando a criança se dá conta que faz coco e xixi. Então esse ser inerme e estúpido passa a ter a sensação que produz algo, que dá algo de presente ao mundo.
É aí que esses bichos humanos constroem sua relação com aquilo que produzem. Criança, cuja a mãe tem nojo da merda, fica com nojo de tudo aquilo que produz, tem vergonha de tudo que faz ou fala.  Criança que a mãe faz festa pras fezes passa ter uma relação equilibrada com aquilo que constrói, e criança que fica cagada acha que ninguém dá muita bola para aquilo que produz daí acha que pode fazer de tudo – fica sem limite.
Não sei não, mas dito isso acho que dá para afirmar que Danilo Gentili, Rafinha Bastos e sua turma de standups passaram a infância enterrados nas próprias fezes. Provavelmente a´te o pescoço. Pra mim é tudo filhinho, tudo netinho da vovó. Tudo menininho cagadinho. Guri que podia fazer de tudo: xingar a tia, ofender o vizinho, bater em criança menor, e a mamãe dizendo “o Rafinha é assim mesmo”. Fazer desaforo para os velhos, debochar de deficiente físico e mamãe dizendo “como o Danilo é espirituoso”.  Tente assistir ao que esses rapazes chamam de espetáculo e tu verás a concretização da criança que ficou imersa nos próprios excrementos, concretizando-se no adulto crente de que está agradando o mundo com sua com diarréia mental. Um adulto, se é que se pode lhes dar esse nome, que pensa que a ofensa e o insulto gratuitos são capazes de graça.
Pena que para esses não se pode fazer com que a fase anal coincida com a explicação do vacilão. 
Desculpem se o texto ficou escatológico e sem graça. Não estou para piadas nem para os piadistas de dente de leite. Como dizia o “velho e o punk” “las penas y las vaquitas/
se van par la misma senda/ las penas son de nosotros/ las vaquitas son ajenas”.”

Viu só? O humor também é pra fazer rir minha gente!

Música do Dia: Marcha do Conselho (Roberto Paiva – Grande nome da Música Popular Brasileira falecido a dois dias atrás). (Música de: Paquito e Romeu Gentil).

Bicho do Dia: Burro (9510).

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