Sábado, 08 de novembro de 2014.
O Amor começou a cometer mais
milagres que o maior dos milagreiros. Ele não transformava água em vinho nem
vice-versa, não ressuscitava pessoas, não fazia aleijados andarem, não fazia a
santa chorar sangue, nem multiplicava pães. O milagre do Amor era multiplicar
falsos milagres: começou a fazer nascerem sorrisos nas bocas de quem nunca
sorriu, beijos nos lábios de quem nunca beijou, abraços nos braços de quem nunca
abraçou, brilho nas bijuterias das almas que nunca brilharam, sensações solas
nos mofos das alegrias de quem nunca se alegrou, cordialidades no dia a dia das
gentes, coisas assim. O Amor queria elevar esses falsos milagres a verdadeiros
e não entendia porque todos não permitiam isso. Por outro lado todos também não
entendiam o Amor e esse negócio de milagres.
Música
do Dia: Vejam Bem (Zeca Afonso). (Uma homenagem ao colaborador do Dia, Rodrigo "Poca" Duarte).
Bicho
do Dia: Camelo (4429).
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