(Quinta, 06 de novembro de 2014)
Muita água ainda haveria de
rolar por debaixo daquela velha ponte. Agora eram tempos de águas calmas,
plácidas como a aragem da manhã. O sonho da alma da Velha Ponte era encontrar
um dia a alma do Velho Rio. Tinham sido prometidos um para o outro, mas não
morriam nunca. O Rio era perene, a ponte indestrutível. Já haviam passado por
bombardeios, vendavais, desmoronamentos e tudo mais de intempéries que uma
ponte e um rio podem enfrentar e continuavam ali impávidos. Um dia trocaram de
corpo, por apenas um dia, mas trocaram. A Alma do Velho Rio sentiu então o que
era ser uma Velha Ponte e a Velha Ponte sentiu o que era ser um Velho Rio. E a vontade
de se encontrarem um dia aumentou ainda mais. Aumentou tanto quanto a vontade
que homens de implodir a ponte e represar o rio. Almas de Rio e Ponte se encontrariam
num futuro próximo e dois laços de união entre os homens se perderiam para
sempre.
Música
do Dia: Exercício Diário da Paixão (Posada e o Clã) (De: Carlos Posada).
Bicho
do Dia: Cavalo (9044).
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