Novas Histórias

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Foto de Ju Vinagre

quarta-feira, 30 de julho de 2014

211º Dia: Posso Perder Minha Mulher, Minha Mãe, Desde que Eu Tenha o Meu Rock’n’ Roll.



                  Não manjo muito de perdas. Sei de prestar meus serviços a vocês, humanos, quando sofrem com tais perdas. Sei também que sujeitos que perdem a mãe, a irmã e o rock podem sofrer tanto quanto quem perde um brinco, assim como outros dão a perda de um brinco a mesma importância de quem dá o real valor a perda de uma mãe, uma irmã ou o rock. Engraçados, vocês, humanos. Trágicos nas horas cômicas e cômicos nas horas trágicas. A alma barroca do existir é perene. A única coisa que tenho um certo receio de perder é o fio da meada, a trama dos meus escritos que diariamente começo sem saber onde vão dar. E se Deus escreve certo por linhas tortas, me permito escrever torto por linhas certamente duvidosas. Vejam só, essa última frase que escrevi foi totalmente desnecessária, uma inversão de ditado besta. Vai ver, uma tentativa inconsciente de entender e encontrar a perda, mas melhor que nos entendamos assim: vocês com suas perdas e meu consolo; e que eu encontre, por hora, o ponto final. Olha ele ali!

Música do Dia: Jardim da Fantasia (Paulinho Pedra Azul).

Bicho do Dia: Avestruz (5603).

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