No lesco-lesco da roupa no
tanque Nega Dina batucava lundus, funks, sambas e mais um tanto de coisas de muito
ontem e de muita pós-atualidade. Isso muito antes de se auto presentar com a alforria
e sair pra correr mundo. Foi assim: pegou um sonho e partiu. Só que o batuque
findado no lesco-lesco, continuou com ela porque era dela o batuque de tudo.
Seu falar, seu ronronar no sono, seu caminhar. Ela entrava pelos sete buracos
da cabeça de que a visse. Sua presença morena suingava mais a vida enquanto ela
singrava os mares do por aí do mundo. Quando ela partia mais uma vez deixava para
os que ficavam, a pergunta: qual será o paradeiro daquela que até agora não
voltou? “Ziriguiduns da existência” dizia Nega Dina no seu riso alto de acid jazz.
E partia de novo. Blues and soul. No seu groove incansável, um dia se foi para
sempre e o chão tremeu batucadamente ante os ouvidos moucos da Escala Richter.
Música
do Dia: Batidão (Anna Tréa).
Bicho
do Dia: Coelho (4839).
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