Começou a ficar absurdamente
caro o preço das ampolas de paciência. Claro, o mercado era impiedoso, a
procura aumentava e os preços exorbitavam. E quem num tempo como aquele
conseguiria viver sem sua dose de paciência? Só que os produtores de paciência
não contavam com os alquimistas da pirataria moderna. Misturando água de coco
da chuva, com pedaços de redes, nacos de sombra, coquetéis caribenhos de fotos
de propaganda de agencia de viagens, baralhos velhos, raspas de comprimidos de
relaxante muscular, farelos de ervas variadas e mais alguns misteriosos
ingredientes, eles colocaram no mercado um tipo de paciência muito mais barata e
com o mesmo efeito da original. Somente os efeitos colaterais é que eram
diferentes. Os consumidores dessa nova paciência do mercado ficavam, em alguns
casos, meio irritadiços quando em contato com metrôs lotados, mas nada que
cápsulas da mais nova droga do submundo, conhecida pelo nome de ócio exacerbado,
não curasse. Muitos poetas eram acusados
injustamente de contrabandear tais cápsulas.
Música
do Dia: Cachalote (Manu Maltez & Grupo Cardume). (De: Manu Maltez / Pedro
Biondi).
Bicho
do Dia: Baleia (Cachalote).
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