O leão em questão jamais
viria a ser rei, muito menos astro de Hollywood, embora acreditasse nisso até o
último instante de sua curta vida. Depois de ter uma das pernas pisoteadas por
um furioso búfalo gigante, o filhote não duraria muito, mas seguiu se
arrastando enquanto via sua mãe tendo que abandoná-lo para que seus irmãos não
tivessem o mesmo fim. O leãozinho ferido e indefeso acabou sendo devorado. O homem
que filmava tudo isso não podia interferir no ciclo natural da vida, e mandaria
o vídeo para que fosse mostrado num programa de canal fechado. Anos mais tarde
o homem que filmou a história do leão ferido foi pisoteado e morto pela pata de
uma grande cidade. Deus filmou tudo, mas não podia interferir no ciclo natural
da vida. O escritor, achando que o personagem deus e o personagem homem eram
muito parecidos em sua função na história, resolveu deixá-los de fora. Começou
a reescrever seu livro. Desviou a pisada do búfalo um pouco pro lado e deixou
o leãozinho seguir com sua mãe e irmãos, continuou achando que ele não seria nem
rei, nem astro de Hollywood, e que se tivesse que morrer que fosse num futuro
além do livro ou no mundo dos deuses e dos homens.
Música
do Dia: Qualé Mago (Junio Barreto).
Bicho
do Dia: Leão (8563).
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